Cafeicultura e acumulação

Autores

  • José Flávio Motta Autor
  • Nelson Nozoe Autor

Palavras-chave:

acumulação, cafeicultura, demografia histórica, economia cafeeira, escravismo, economia da escravidão, história demográfica e econômica

Resumo

Estudam-se os primórdios da acumulação fundada na atividade cafeeira em São Paulo, mediante o acompanhamento exaustivo, nas diversas listas nominativas de Bananal preservadas para o período de 1799 a 1829, dos domicílios dos moradores da localidade que eram produtores de café em 1829. . 0 processo acumulativo foi avaliado com base no
evolver do montante da escravaria possuida. Os domicílios em questão foram rastreados até o primeiro ano em que passaram a constar dos recenseamentos ou até 1799. Verificou-se a existência de ritmos diferenciados de acumulação. Num primeiro momento, anterior a difusão da rubiácea, tal diferenciação punha-se entre partícipes e não-partícipes do mercado. Em seguida, essa distinção reafirmou-se, sob novas formas, entre cafeicultores e não-cafeicultores. Por fim, a acumulação mostrou-se divergente segundo o porte econômico dos cafeicultores.

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Publicado

01-06-1994

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Motta, J. F., & Nozoe, N. (1994). Cafeicultura e acumulação. Estudos Econômicos (São Paulo), 24(2), 253-320. https://www.revistas.usp.br/ee/article/view/159145