Moeda, tesouro e riqueza: uma anatomia conceitual do mercantilismo britânico do início do século 17

Autores

  • Carlos Eduardo Suprinyak Universidade Federal de Minas Gerais Autor

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-41612009000300005

Palavras-chave:

Mercantilismo, moeda, século 17, pensamento econômico britânico pré-clássico, doutrina do balanço comercial favorável

Resumo

Nossa avaliação de sistemas teóricos do passado é frequentemente prejudicada pela identificação tácita entre as categorias conceituais de ontem e hoje, problema que se agrava ao tratarmos de ideias que antecedem a plena consolidação de uma disciplina. O estudo da doutrina mercantilista costuma ser contaminado por tais dificuldades. Neste trabalho, oferecemos uma nova perspectiva acerca das ideias dos economistas britânicos do início do século 17, avaliando-as à luz do contexto intelectual que lhes é próprio. Este período caracteriza-se por uma leitura da realidade econômica em que a moeda desempenha papel fundamental. Autores como Malynes, Misselden e Mun acreditavam que a administração adequada da moeda viabilizaria o bom funcionamento do comércio internacional e dinamizaria a atividade econômica interna, garantindo a prosperidade nacional. Ao compreender esta base analítica comum, podemos entrever a origem das intensas divergências entre os autores, determinantes dos rumos da discussão teórica subsequente.

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Publicado

30-09-2009

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Suprinyak, C. E. (2009). Moeda, tesouro e riqueza: uma anatomia conceitual do mercantilismo britânico do início do século 17 . Estudos Econômicos (São Paulo), 39(3), 571-596. https://doi.org/10.1590/S0101-41612009000300005