Descentralização e resultados na saúde infantil no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/http://dx.doi.org/10.1590/0101-41615033dnca

Palavras-chave:

Descentralização, Saúde Infantil, Desenvolvimento Regional, Brasil

Resumo

Ao longo da última década, o Brasil experimentou um aumento acentuado na descentralização dos serviços de saúde pública. Dado a possibilidade de respostas heterogêneas e consequências distribucionais, buscou-se verificar os impactos gerais e regionais da descentralização dos serviços de saúde pública sobre resultados da saúde infantil nos estados brasileiros no período de 2000 a 2013. Para tanto, construiu-se uma medida de descentralização fiscal do setor de saúde ainda não explorada na literatura nacional e aplicou-se a abordagem do modelo bidirecional de efeitos fixos com tendências estado-específicas e erros padrões robustos. Os resultados demonstraram que a descentralização fiscal das ações e serviços públicos de saúde tiveram, no período estudado, impacto estatisticamente considerável na redução das taxas de mortalidade infantil e na infância no Brasil. Contudo, o impacto da descentralização é diferenciado dado o nível de desenvolvimento regional, com efeitos maiores em regiões mais desenvolvidas (região Sul, -0.598). Ao passo que a capacidade institucional de gestão do setor de saúde dos estados e municípios da região Norte do Brasil (efeito nulo) precisa ser reexaminada.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Angrist, J. D.; Pischke, J. S. Mostly harmless econometrics. Princeton University Press, 2009.

Akpan, E.O. Fiscal decentralization and social outcomes in Nigeria. Eur. J. Bus. Manag 3, no 4: 167-183, 2011.

Arrow, K. J. “Uncertainty and the welfare economics of medical care”. American Economic Review 53: 941-973, 1963.

Arzaghi, M. Henderson, J. V. “Why countries are fiscally decentralizing”. Journal of Public Economics 89: 1157–1189, 2005.

Arze del Granado, F.J. Martinez-Vasquez, J. McNab, R. “Fiscal Decentralization and the Functional Composition of Public Expenditures”. International Studies Program working papers, 05-01, Georgia State University, Atlanta, USA, 2005.

Asfaw, A. Frohberg, K. James, K.S. et al. “Fiscal decentralization and health outcomes: empirical evidence from rural India”. Journal Developing Areas 41 no 1: 17-35, 2007.

Assis, D. N. C. Linhares, F. C. “Dinâmica da Pobreza, Mudanças Macroecônomicas e Disparidades Regionais no Brasil”. Pesquisa e Planejamento Econômico 48 no 2: 47-96, 2018.

Bond, Stephen. Dynamic panel data models: a guide to micro data methods and practice.

IFS Working Paper CWP09/02, 2002.

Cameron, C. Trivedi, P. Microeconometrics: Methods and Applications. Cambridge University Press, 2005.

Cantarero, D. Pascual, M. “Analysing the impact of fiscal decentralization on health outcomes: empirical evidence from Spain”. Applied Economics Letters 15 no 2: 109-11, 2008.

Cavalieri, M. Ferrante, L. “Does fiscal decentralization improve health outcomes? Evidence from infant mortality in Italy”. Social Science & Medicine 164: 74–88, 2016.

Collins, C. Araújo, J. Barbosa, J. “Decentralising the health sector: issues in Brazil”. Health Policy 52: 113–127, 2000.

Faguet, J. “Does Decentralization Increase Responsiveness to Local Needs? Evidence from Bolivia”. World Bank Policy Research Working Paper 2516, Washington D.C, 2001.

Galasso, E. Ravallion M. “Distributional Outcomes of a Decentralized Welfare Program’.

World Bank Policy Research Working Paper 2316, Washington D.C, 2000.

Guedes, K.P. Gasparine, C. E. “Descentralização Fiscal e o Tamanho do Governo no Brasil”.

Economia Aplicada, São Paulo, 11 no 2: 303-323, 2007.

Hayek, F.A. “The use of Knowledge in Society”. American Economic Review 35: 453-530, 1945.

Habibi, N. Huang, C. Miranda, D. “Decentralisation and human development in Argentina”.

Journal of Human Development 4 no 1: 73-101, 2003.

IPEA. “Políticas sociais: acompanhamento e análise”. Brasília, v. 3, no 17, 2009.

Jiménez-Rubio D. ‘The impact of decentralization of health services on health outcomes: evidence from Canada”. Applied Economics 43 no 26: 3907-3917, 2011a.

Jiménez-Rubio, D. “The impact of fiscal decentralization on infant mortality rates: evidence from OECD countries”. Social Science & Medicine 73 no 9: 1401-1407, 2011b.

Jiménez-Rubio, D., García-Gómez, P. “Decentralization of health care systems and health outcomes: Evidence from a natural experiment”. Social Science & Medicine 188: 69-81, 2017.

Lancet. “Future and potential spending on health 2015–40: development assistance for health, and government, prepaid private, and out-of-pocket health spending in 184 countries”. 389: 2005–30, 2017.

Marinho, A. Cardoso, S. S. Almeida, V. V. “Avaliação Comparativa de Sistemas de Saúde com a Utilização de Fronteiras Estocásticas: Brasil e OCDE”. Revisa Brasileira de Economia 66 no 1: 3–19, 2012.

Ministério da Saúde do Brasil. Entendendo o SUS, 2006.

Ministério da Saúde do Brasil. Manual para investigação do óbito com causa mal definida, 2008.

Musgrave, R. A. “The theory of Public Finance”. New York: McGraw-Hill, 1959.

Oates, W. E. “Fiscal Federalism, Harcourt Brace Jovanovich”. New York, 1972.

Oates, W.E. “Toward a Second-Generation Theory of Fiscal Federalism”. Int Tax Public Finance 12, 349, 2005.

Oliveira, V. H. Quintana-Domeque, C. “Early-life environment and adult stature in Brazil: An analysis for cohorts born between 1950 e 1980”. Economics & Human Biology v. 15: 67-80, 2014.

Perrson, T. Tabellini, G. “Federal Fiscal Constitutions: Risk Sharing and Moral Hazard”.

Econometrica 64: 623–646, 1996a.

Prud’homme, R. “The Dangers of Decentralization”. World Bank Research Observer 10, 201–20, 1995.

Robalino, D.A. Picazo, O.F. Voetberg, A. “Does fiscal decentralization improve health outcomes? Evidence from a cross-country analysis”. Policy Research Working Paper 2565, World Bank, Washington, DC, 2001.

Samuelson, P. A. “The Pure Theory of Public Expenditure”. The Review of Economics and Statistics 36 no 4: 387-389, 1954.

Shah, A.; Tompson, T. “Implementing Decentralized Local Governance: A Treacherous Road with Potholes, Detours and Road Closures”. World Bank Policy Research, 3353, 2004.

Soares, R. R. “Mortality reductions, Educational Attainment, and Fertility Choice”.

American Economic Review 95 no 3: 580-601, 2005.

Soares, R. R. “Health and the evolution of welfare across Brazilian municipalities”. Journal of Development Economics 84: 590–608, 2007a.

Soares, R. R. “On the Determinants of Mortality Reductions in the Developing World”.

Population and Development Review 33 no 2: 247-287, 2007b.

Soto V.E., Farfan M.I., Lorant V. “Fiscal decentralisation and infant mortality rate: the Colombian case”. Social Science & Medicine 74 no 9: 1426-34, 2012.

Tiebout, C. “A pure theory of local expenditure”. Journal of Political Economy 64: 416–24, 1956.

Uchimura, H. Jutting, J. “Fiscal decentralization, Chinese style: good for health outcomes?”

World Development 37 no 12: 1924-1936, 2009.

Downloads

Publicado

30-09-2020

Edição

Seção

Artigo

Como Citar

Assis, D. N. C. de. (2020). Descentralização e resultados na saúde infantil no Brasil. Estudos Econômicos (São Paulo), 50(3), 447-484. https://doi.org/10.1590/http://dx.doi.org/10.1590/0101-41615033dnca