O uso de línguas pela primeira geração de imigrantes okinawanos na Casa Verde em São Paulo

Autores

  • Eduardo Nakama Universidade de Brasília
  • Yûki Mukai Universidade de Brasília. Instituto de Letras.

DOI:

https://doi.org/10.11606/ej.vi44.185998

Palavras-chave:

Imigração, Okinawa, Brasil, Bilinguismo, Uchināguchi

Resumo

Este trabalho investiga a situação sociolinguística de uso das línguas por dez okinawanos de primeira geração que imigraram para o Brasil e que vivem atualmente no distrito da Casa Verde na capital do estado de São Paulo. Trata-se de pesquisa qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ, 1986; SILVA, 2017) do tipo etnográfico (BLOMMAERT, 2006; GREEN; BLOOME, 1997) na modalidade de história de vida (CRUZ NETO, 2002; SAKURAI, 2012). Baseado no conceito de bilinguismo de Grosjean (1982, 2008) e translinguagem (GARCÍA, 2009), foi revelado que os imigrantes de Okinawa, província do Japão, usam mais de uma língua no dia a dia e mudam de uma língua para outra de acordo com o contexto e os interlocutores, mais especificamente, levando em consideração o conhecimento linguístico de seu interlocutor.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Eduardo Nakama, Universidade de Brasília

    Graduado em Letras-Japonês pela Universidade de Brasília. e_nakama@yahoo.com.

  • Yûki Mukai, Universidade de Brasília. Instituto de Letras.

    Doutor em Linguística Aplicada. Professor Associado do Instituto de Letras da Universidade de Brasília. yuki@unb.br.

Referências

AZUMA, S. Bilingualism. Tōkyō: Kōdansha, 2000.

BLOMMAERT, J. Ethnographic fieldwork: a beginner’s guide. London, 2006. Não publicado.

BLOOMFIELD, L. Language. Holt, Rinehart and Winston, 1933.

CRUZ NETO, O. O trabalho de campo como descoberta e criação. In: MINAYO, M. C. de S.; DESLANDES, S. F.; CRUZ NETO, O.; GOMES, R. (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 21. ed., Petropólis: Editora Vozes, 2002. p. 51-66.

FISHMAN, J. A. Domains and the relationships between micro- and macrosociolinguistics. In: GUMPERZ, J.; HYMES, D. (ed.). Directions in sociolinguistics: the ethnography of communication. New York, NY: Holt, Rinehart, and Winston, 1972. p. 435-453.

GARCÍA, O. Education, Multilingualism, and Translanguaging in the 21st Century. In: SKUTNABB-KANGAS, T.; PHILLIPSON, R.; MOHANTY, A. K.; PANDA, M. (ed.). Social Justice through Multilingual Education. Bristol, UK: Multilingual Matters, p. 140-158, 2009.

GREEN, J. L.; BLOOME, D. Ethnography and ethnographers of and in education: a situated perspective. In: FLOOD, J.; HEATH, S.; LAPP, D. (ed.). Handbook of research on teaching literacy through the communicative and visual arts. New York, NY: Simon & Schuster Macmillan, 1997. p. 181-202.

GROSJEAN, F. Life with two languages: an introduction to bilingualism. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1982.

GROSJEAN, F. Studying Bilinguals. Oxford, UK: Oxford University Press, 2008.

HAUGEN, E. The Norwegian language in America: a study in bilingual behavior. University of Pennsylvania Press, 1953.

HEINRICH, P.; MIYARA, S.; SHIMOJI, M. Handbook of the Ryukyuan Languages. Berlin: Walter de Gruyter, 2015.

ISHIKAWA, T. Okinawaken niokeru shutsu imin no rekishi oyobi shutsu imin yōinron (History emigration from Okinawa Prefecture and some accounts on emigration motives). Immigration Studies. n. 1, p. 11-30, 2005.

JORNAL UTINÁ PRESS. Em busca da identidade okinawana. Disponível em: http://www.utinapress.com.br/mio_28.html. Acesso em: 03 abr. 2019.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MAHER, T. M. Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. In: CAVALCANTI, M. C.; BORTONI-RICARDO, S. M. (org.). Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2007. p.67-94.

MARGOLIS, M. L. Little Brazil: imigrantes brasileiros em Nova York. Tradução de Araújo, L.; Bugel, T. Campinas, SP: Papirus, 1994.

MORALES, M. Cem anos de imigração japonesa no Brasil: o japonês como língua estrangeira. 2008. 313 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

MORI, L. Os descendentes que preservaram no Brasil uma língua que quase não se fala mais no Japão. São Paulo: BBC Brasil, 2018. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42775209. Acesso em: 15 jan. 2019.

MORIMOTO, T. Okinawa to ‘kenkeijin’ to no chūtai (Laços entre Okinawa e ‘okinawanos’). In: MORIMOTO, T.; NEGAWA, S. (org.). Transnacional na ‘nikkeijin’ no kyōiku, gengo, bunka (Educação, linguagem e cultura pelos descendentes de japoneses transnacionais). Tōkyō: Akaishi shoten, 2012.

MOSELEY, C. (ed.). Atlas of the World’s Languages in Danger. 3. ed., Paris: UNESCO Publishing, 2010. Disponível em: http://www.unesco.org/culture/en/endangeredlanguages/atlas. Acesso em: 15 jan. 2019.

NAKAMA, E. Um estudo da situação sociolinguística da primeira geração de imigrantes okinawanos que vivem no distrito da casa verde na cidade de São Paulo. 2019. 116 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Letras-Japonês) – Instituto de Letras. Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

NORTON, B. Identity and language learning: gender, ethnicity and educational change. Essex, England: Pearson Education Limited, 2000.

OKINAWA DAI HYAKKA JITEN KANKŌ JIMUKYOKU-HEN (org.). Okinawa dai hyakka jiten (Grande enciclopédia de Okinawa). Naha: Okinawa Times Sha, 1983.

OKINAWA-KEN KŌRYŪ SUISHIN-KA. Okinawa to imin no rekishi (Okinawa e a história de imigração). Disponível em: https://www.pref.okinawa.jp/toukeika/so/topics/topics457.pdf. Acesso em: 14 dez. 2018.

PIRES, R. Os outros japoneses: festivais e construção identitária na comunidade okinawana da cidade de São Paulo. 2016. 326 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

SAKAMOTO, M. Bilingualism to bilingual kyōiku: kokusaijin ikusei ni muketa riron to jissen (Bilinguismo e educação bilíngue: teoria e prática para o desenvolvimento das pessoas internacionais). Miyagi kyōiku daigaku kokusai rikai kyōiku kenkyū center nenpō (Anais do Research Center for Education in International Understanding of Miyagi University of Education), v. 5, p. 1-7, 2000.

SAKURAI, A. Life story ron (Teoria sobre a história de vida). Tōkyō: Kōbundō, 2012.

SILVA, S. de S. Do estado plurinacional da Bolívia para o Brasil: um estudo da situação sociolinguística de um grupo de imigrantes bolivianos que vivem na região metropolitana de São Paulo. 2017. 324 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) – Faculdade de Letras. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017.

VIGOTSKI, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (obra original publicada em russo em 1934).

Downloads

Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O uso de línguas pela primeira geração de imigrantes okinawanos na Casa Verde em São Paulo. (2020). Estudos Japoneses, 44, 65-83. https://doi.org/10.11606/ej.vi44.185998