Direitos geracionais e ação política: os secundaristas ocupam as escolas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-4634202046237291

Palavras-chave:

Direitos geracionais, Ocupações nas escolas secundárias, Democracia, Politização, Relações geracionais

Resumo

A construção democrática apoia-se na participação política de crianças e jovens, não circunscrita às normatizações legais que estabeleceram a posição de sujeitos de direitos para as crianças. Neste trabalho, discutimos como a ação política dos estudantes secundaristas, ao ocuparem as escolas públicas ao longo de 2015 e 2016 no Brasil, politizam as relações intergeracionais em torno do bem educação e fazem emergir lutas para garantir interesses e prerrogativas da geração mais nova. Enquanto a educação sempre foi colocada como um direito das crianças e dos jovens, a análise que desenvolvemos aqui evidencia que esse direito se qualifica como um direito geracional que empurra para lados opostos, por vezes antagônicos, adultos e crianças. Metodologicamente, ao longo dos meses de abril a julho de 2016, acompanharam-se as ocupações secundaristas em diferentes cidades do Estado do Rio de Janeiro em 12 escolas públicas do estado. Esse acompanhamento, de cunho etnográfico, compreendeu visitas às escolas ocupadas, em algumas delas, mais de uma vez, agendadas de antemão com os comitês de comunicação de cada escola. Discute-se, a partir dos dados produzidos, como a luta pelos direitos geracionais parece se colocar como instrumento que visibiliza as contradições geracionais que o direito à educação comporta.

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Publicado

2021-06-14

Edição

Seção

Seção Temática: Infância, Política e Educação

Como Citar

Direitos geracionais e ação política: os secundaristas ocupam as escolas. (2021). Educação E Pesquisa, 46, 1-19. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202046237291