As marcas de cor/raça no ensino médio e seus efeitos na educação superior brasileira
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202147228335Palavras-chave:
Equidade, Acesso ao ensino superior, Ensino médio, NegrosResumo
Nas últimas décadas, observa-se um crescimento da participação de estudantes negros no ensino superior no Brasil, apontando uma mudança no perfil étnico-racial. Esse novo cenário é resultado da pressão dos movimentos sociais negros com a conquista de diferentes políticas de inclusão por meio de cotas, iniciadas nos anos de 1990 e fortalecidas nos anos 2000. Apesar das iniciativas, a participação de negros em comparação com o total da população é ainda distante da desejada. Para compreender essa realidade, é necessário trazer à discussão informações quantitativas para caracterização do percurso dos jovens no ensino médio e das marcas das diferenciações das escolas frequentadas por brancos e negros. Para complementar as análises de pertença racial, faz-se necessário trazer outros marcadores sociais, como sexo e condição social. Trabalha-se assim com a interseccionalidade e a constituição de quatro grupos de análise: homens brancos, mulheres brancas, homens negros e mulheres negras. Como contribuição, este artigo apresenta dados disponibilizadas pelo IBGE, por meio dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, como evidências das mudanças observadas nas instituições de ensino superior no Brasil quanto à diversidade étnico-racial. Esses dados dimensionam os desafios ainda presentes e que precisam ser enfrentados visando a uma educação de qualidade para todos.
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