Educação e condição feminina em um tratado de Alexandre de Gusmão escrito na América Portuguesa no final do século XVII
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202248238149enPalavras-chave:
História da educação, Alexandre de Gusmão, Educação feminina, InfânciaResumo
Neste artigo apresentamos uma análise dos discursos acerca da educação e da condição feminina presentes na obra Arte de crear bem os filhos na idade da Puericia. Escrita na América Portuguesa, mas publicada inicialmente em Portugal no ano de 1685, a obra de autoria do padre jesuíta Alexandre de Gusmão (1629-1724) destinou seu último capítulo, “Do especial cuidado que se deve ter na criação das meninas”, para tratar das advertências necessárias à boa educação de raparigas. No contexto de produção da obra educativa proposta por Alexandre de Gusmão, queremos propor a análise de um conjunto de enunciados que colocam em evidência uma espécie de ordenamento das condições de vida e das orientações educativas de sujeitos infantis femininos. Inferimos que a propagação de obras de cunho moralista no espaço luso-brasileiro entre os séculos XVII e XVIII possibilitou a circulação de tais ordens enunciativas, influenciando, significativamente, o comportamento social da época. A partir de uma perspectiva histórica e filosófica, principalmente através de referenciais teóricos foucaultianos, entendemos que a obra foi um eficiente mecanismo que atuou na constituição discursiva de modelos específicos de educação para garantir a produção de um determinado tipo de sujeito infantil feminino. Notadamente, identificamos duas normativas que advertiam sobre a boa criação das meninas cristãs através das práticas de guarda e recolhimento.
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