Investigação científica em Angola: desafios e estratégias para a autonomia nacional
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349252847Palavras-chave:
Ensino superior, Investigação científica, AngolaResumo
Esse estudo apresenta uma contribuição sobre a temática entre o ensino superior e a investigação científica em Angola, colaborando, de modo geral, para o mapeamento de uma zona pouco explorada nos estudos do ensino superior desse país. Referenciam-se os desafios e estratégias ante as políticas científicas que Angola, nos últimos anos, tem implementado, com resultados ainda muito tênues. Situa-se, então, por meio de uma pesquisa qualitativa de análise documental, a cosmovisão da problemática do fazer ciência nesse país africano, cuja independência, conquistada há menos de cinquenta anos, em parte pode justificar o caráter ainda incipiente de sua estrutura acadêmica. Vê-se, todavia, que o Estado angolano tem buscado sanar alguns dos seus principais entraves por meio de medidas como a expansão de instituições de ensino no interior do país e a criação de programas de intercâmbio internacional. Apesar, porém, das medidas recentes de fomento à produção científica em Angola, conclui-se que tal processo encontra-se ainda em estado embrionário, não apenas pela insuficiência das medidas até aqui estabelecidas, mas também pelo legado colonial e a guerra civil, ainda muito presentes na realidade angolana.
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