Ensinar a escrever no ensino médio: cadê a dissertação?

Autores

  • Claudia Rosa Riolfi Universidade de São Paulo
  • Suelen Gregatti da Igreja Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000100008

Palavras-chave:

Escrita, Aula de língua portuguesa, Ensino médio, Texto dissertativo

Resumo

Visando a elucidar em que medida o aluno aprende a escrever uma dissertação na aula de língua portuguesa no ensino médio, analisamos 2.434 horas de aula previamente registradas em diário de campo e que foram ministradas de 2006 a 2008 em 61 escolas públicas na capital de São Paulo. A análise dos dados mostrou que a literatura foi o conteúdo privilegiado em metade das aulas, e a gramática, em um quarto delas. Apenas 15% do tempo foi utilizado para ensinar a escrever, preferencialmente o texto não dissertativo. Assim, a pesquisa constatou que o ensino da escrita do texto dissertativo vem sendo negligenciado. Apenas 6% do tempo das aulas de língua portuguesa foi dedicado à exposição das características desse tipo de texto, seguida da demanda de produção escrita. Os momentos dedicados à correção coletiva e à reescrita foram praticamente inexistentes e aqueles dedicados a fazer uma reflexão prévia à prática da escrita, raríssimos. Frente às repetidas denúncias dos graves problemas de escrita que se encontram nos textos dos egressos do ensino médio, incapazes de vencer as barreiras dos vestibulares das universidades públicas, fica um alerta para os formadores de professores e para os pesquisadores que se dedicam ao ensino da escrita.

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Publicado

2010-04-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Ensinar a escrever no ensino médio: cadê a dissertação? . (2010). Educação E Pesquisa, 36(1), 311-324. https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000100008