A distinção entre conhecer e pensar em Hannah Arendt e sua relevância para a educação
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000300014Palavras-chave:
Filosofia da educação, Hannah Arendt, Pensamento, ConhecimentoResumo
A educação, preocupada principalmente com a aquisição de competências e/ou a transmissão de conhecimentos, tem dado pouca atenção para a compreensão do mundo - isto é, um modo de pensar que não tem como objetivo primeiro a resolução de problemas. Para entender melhor a relevância dessa questão, recorremos à distinção que Hannah Arendt traça entre o pensar e o conhecer. A abordagem da autora sobre essas atividades do espírito foi desencadeada pelo processo de Eichmann em Jerusalém. Na ocasião, ela observa que o réu foi capaz de coordenar a deportação dos judeus para os campos de concentração, mas era incapaz de refletir sobre o significado de seus atos. Depois, em sua obra A vida do espírito, ela veio a constatar que conhecimento e pensamento são duas faculdades distintas. O conhecer diz respeito à busca da verdade. Os conhecimentos possuem uma validade geral e uma utilidade. A atividade cognitiva, no entanto, mostra-se limitada por ser incapaz de atribuir um significado à nossa relação com o mundo. A busca de sentido é específica do pensamento, a reflexão sobre as experiências, cujos "resultados", porém, são "fugidios" e, muitas vezes, julgados inúteis. Este artigo, contudo, sustenta que o pensar, enquanto busca de sentido, é essencial para uma educação que, além de possibilitar um saber e um saber fazer, pretende contribuir para que os jovens estabeleçam uma relação de sentido e de pertença com o mundo humano.Downloads
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Publicado
2010-12-01
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
A distinção entre conhecer e pensar em Hannah Arendt e sua relevância para a educação . (2010). Educação E Pesquisa, 36(3), 853-865. https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000300014