O elogio de si e a desmedida antropologização das ciências humanas
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000300012Palavras-chave:
Ciências humanas, Subjetividade, Antropologia, Linguagem, ComunicaçãoResumo
Este trabalho faz a crítica filosófica a um certo modo de antropologização nas ciências humanas. O humano não é um dado natural de determinação biológica no campo das ciências. Diferente disso, o específico do conhecimento no campo das humanidades é o resultado de um processo de antropologização que fez do homem sujeito com consciência epistemológica. Por isso, o homem, figura de proa da modernidade, é esse duplo empírico-transcendental que, dobrado sobre si mesmo, produz um regime próprio de saber. Conhecimento de si, portanto, passou a ser a grande matriz dos saberes das humanidades na proporção equivalente em que a metafísica se transfigurou em metafísica da subjetividade e a linguagem ganhou prestígio ontológico. Ao lado disso, ergueu-se boa parte dos projetos de crítica à ciência clássica, dando lugar de destaque à linguagem como fabricante de realidade. Chegou-se a falar de um giro linguístico, argumento primeiro de crítica às metanarrativas e apologia dos regimes fragmentários e relativistas de verdade. Ainda assim, assumir que a verdade é um efeito discursivo e que a realidade por si mesma é resultado de uma produção não é o bastante. Importa também colocar em exame este regime que fez da linguagem a expressão do conhecimento e da consciência do mundo. O homem tornou-se a medida do conhecimento.Downloads
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Publicado
2011-12-01
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
O elogio de si e a desmedida antropologização das ciências humanas . (2011). Educação E Pesquisa, 37(3), 629-640. https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000300012