O elogio de si e a desmedida antropologização das ciências humanas

Autores

  • Marcos Villela Pereira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul
  • Cleber Gibbon Ratto Centro Universitário Metodista

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000300012

Palavras-chave:

Ciências humanas, Subjetividade, Antropologia, Linguagem, Comunicação

Resumo

Este trabalho faz a crítica filosófica a um certo modo de antropologização nas ciências humanas. O humano não é um dado natural de determinação biológica no campo das ciências. Diferente disso, o específico do conhecimento no campo das humanidades é o resultado de um processo de antropologização que fez do homem sujeito com consciência epistemológica. Por isso, o homem, figura de proa da modernidade, é esse duplo empírico-transcendental que, dobrado sobre si mesmo, produz um regime próprio de saber. Conhecimento de si, portanto, passou a ser a grande matriz dos saberes das humanidades na proporção equivalente em que a metafísica se transfigurou em metafísica da subjetividade e a linguagem ganhou prestígio ontológico. Ao lado disso, ergueu-se boa parte dos projetos de crítica à ciência clássica, dando lugar de destaque à linguagem como fabricante de realidade. Chegou-se a falar de um giro linguístico, argumento primeiro de crítica às metanarrativas e apologia dos regimes fragmentários e relativistas de verdade. Ainda assim, assumir que a verdade é um efeito discursivo e que a realidade por si mesma é resultado de uma produção não é o bastante. Importa também colocar em exame este regime que fez da linguagem a expressão do conhecimento e da consciência do mundo. O homem tornou-se a medida do conhecimento.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2011-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O elogio de si e a desmedida antropologização das ciências humanas . (2011). Educação E Pesquisa, 37(3), 629-640. https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000300012