A cidade pequena, a escola e o cotidiano interrompido
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-97022013000300011Palavras-chave:
Cidades pequenas, Currículo, Avaliação, CortejosResumo
O costume por organizar cortejos se sobrepõe à existência dos próprios grupos que os inauguram, no decorrer dos tempos. Desde a antiguidade, sociedades promovem cortejos públicos nos quais desfilam para si mesmas, sendo que, na atualidade, deparamo-nos continuamente com cortejos carnavalescos, cívicos, políticos, religiosos, culturais, educativos, temáticos, esportivos, fúnebres e tantos outros. Através deles, diferentes grupos sociais realizam seus protestos, apresentam suas reivindicações, comemoram suas conquistas, defendem suas posições, praticam suas crenças, enfim, expressam-se. Tudo isso ocorre por meio de exposição previamente organizada, que se movimenta e, aparentemente, interrompe o cotidiano da cidade. Neste artigo, é discutida a presença da escola no desfile de aniversário municipal, promovido pela administração pública em duas cidades pequenas, do Noroeste Fluminense, nos anos 2010, 2011 e 2012. Estudando em desfiles e não sobre eles, tendo como referência as lógicas dos praticantes (CERTEAU, 1994), objetivou-se conhecer: a) a curiosa apropriação dos praticantes da escola em relação à nota de participação que recebem ao desfilar; e b) a delimitação oficial de um tema para o desfile e seu consumo. Trata-se de um estudo de cunho etnográfico, com emprego de procedimentos pertinentes à observação sistemática (conversas, produção e coleta de imagens). A conclusão do estudo aponta para: a) o deslocamento de práticas escolares em direção ao cotidiano da cidade; b) os consumos de praticantes que se apropriam de artefatos utilizados nos desfiles, transformando resíduos de um currículo prescrito em currículos praticados; e c) as táticas de praticantes, que alteram seus resultados escolares por meio de oportunidades percebidas no campo do outro.Downloads
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Publicado
2013-09-01
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
A cidade pequena, a escola e o cotidiano interrompido. (2013). Educação E Pesquisa, 39(3), 721-739. https://doi.org/10.1590/S1517-97022013000300011