Aprendizagem de desaprender: Machado de Assis e a pedagogia da escolha

Autores

  • Rogério de Almeida Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022013000400012

Palavras-chave:

Filosofia trágica, Pedagogia da escolha, Machado de Assis

Resumo

O presente estudo resulta de uma pesquisa sobre o imaginário trágico da obra de Machado de Assis e sua relação com as dimensões da escolha no âmbito da educação, considerada em perspectiva filosófica. A questão que se coloca relaciona-se ao desdobramento educacional do pensamento machadiano, que pressupõe uma passagem pela desaprendizagem para se chegar à escolha da aprovação da existência - itinerário percorrido por seus personagens a partir da fase de sua obra consensualmente dita madura, inaugurada pela publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas. O objetivo é compreender o imaginário trágico, expresso pelas noções de nada, acaso e convenção, bem como as condições para a escolha da aprovação. O trajeto metodológico apropriou-se da fenomenologia e da hermenêutica na análise da obra machadiana e, como resultado, apontou para uma educação cujas bases filosóficas se assentam na escolha possível entre a aprovação incondicional da existência e a aprovação condicionada. No caso da opção machadiana, a aprovação se manifesta pela relativização das referências de sentido, pelo questionamento da crença, pela adesão às circunstâncias, pelo reconhecimento do espetáculo, da força das opiniões e das convenções sociais, e pela afirmação do caráter efêmero da vida, das contradições humanas e da conjunção entre realidade adversa e vontade de viver.

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Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Aprendizagem de desaprender: Machado de Assis e a pedagogia da escolha . (2013). Educação E Pesquisa, 39(4), 1001-1016. https://doi.org/10.1590/S1517-97022013000400012