Mulheres, mulheres negras e configurações étnico-raciais na Escola Normal de Caetité, Bahia (1898-1943)

Autores

  • Elizeu Pinheiro da Cruz Universidade do Estado da Bahia
  • Janaina de Jesus Santos Universidade do Estado da Bahia
  • Maria Lúcia Porto Silva Nogueira Universidade do Estado da Bahia
  • Nadila Luiza Oliveira Nogueira Universidade do Estado da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-4634202147229809

Palavras-chave:

Formação de professoras, Raça, Gênero, Políticas de silenciamento

Resumo

Este texto apresenta uma leitura acerca da presença das mulheres na Escola Normal de Caetité, Bahia- Brasil (1898-1943), em um esforço de romper com narrativas, em legislações e currículos escolares, que as descrevem como professoras submissas, executoras de tarefas prescritas por homens. Ao retomar documentos do Arquivo Público Municipal, da Escola Normal de Caetité e de professoras aposentadas em um percurso histórico-discursivo situado nos estudos de gênero, que envolveu leituras de exemplares do Jornal A Penna e de fotografias, o texto problematiza políticas de silenciamento em duas temporalidades, a dos documentos do período 1898-1943 e a dos arquivos que organizam as narrativas da Escola Normal no tempo presente, para fazer aparecer experiências de protagonismo de mulheres no magistério. Tal período marca o início da formação de professores na referida cidade e estende-se até o fim das atividades do Jornal A Penna, uma das fontes deste estudo. As cenas educacionais que os documentos dos arquivos fazem aparecer permitem afirmar que a Escola Normal emergiu sexista, classista e racista como sintoma de um Estado constituído nesses mesmos matizes. Existir como mulher e como mulher negra significou resistir às diversas opressões. Conclui-se argumentando que modos criativos das mulheres da Escola Normal de Caetité contribuíram para resistir às políticas de silenciamento do alto sertão da Bahia a partir da segunda metade do século XX e devem aparecer nos acervos dos arquivos locais como condição de possibilidade para produções textuais que sustentem protagonismos marcados por experiências generificadas e racializadas.

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Publicado

2021-12-07

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Mulheres, mulheres negras e configurações étnico-raciais na Escola Normal de Caetité, Bahia (1898-1943). (2021). Educação E Pesquisa, 47, e229809. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202147229809