A pedagogia artesã como práxis educativa em culturas populares tradicionais
DOI:
https://doi.org/10.1590/s1678-4634201945186330Palavras-chave:
Cerâmica, Educação Artesanal, Pedagogia Artesã, Mestria, Culturas PopularesResumo
Este artigo é fruto de uma pesquisa sobre o patrimônio cultural da cerâmica tradicional e a pedagogia artesã. O principal problema que se buscou enfrentar diz respeito à práxis educativa do ofício cerâmico em uma comunidade tradicional e os modos de ensino e aprendizagem em territórios de trabalho artesanal. O estudo compreendeu uma investigação fenomenológica do dia a dia dessa sociedade, teve por objetivos descortinar e compreender como os conhecimentos da cerâmica são partilhados pelas gerações, as metodologias que contribuem para perpetuar os antigos segredos de ofício, de que modo formas manuais de criação artística convivem com tecnologias contemporâneas. A base etnográfica da pesquisa localiza-se na comunidade tradicional de Maragogipinho, pequeno distrito da cidade de Aratuípe, na Bahia, ambiente genuíno da cerâmica, onde, desde o século XVII, homens e mulheres dedicam-se cotidianamente à produção de objetos de barro. Os dados foram coletados a partir de observação direta, diário de campo, entrevistas gravadas e registros fotográficos entre 2012 e 2015. Os resultados obtidos evidenciam o incomensurável acervo imaterial de conhecimentos individuais e coletivos que coexistem nessa aldeia de mestres, de guardiões da cerâmica. A pedagogia dos mestres-artesãos, ou pedagogia artesã, fundada em valores ancestrais, se efetiva na prática, transcendendo-a para as esferas da ética e da estética, no sentido de alimentar nos sujeitos o senso de pertencimento a um corpo social reconhecido, por meio de um ofício artístico que dialoga constantemente com a tradição e a emergência da modernidade.
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