Dataísmo, a religião do século XXI e sua manifestação do sagrado no filme I Am Mother (2019)

Autores

  • Caroline Cavilha Cavilha dos Santos Hashimoto Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v10i1p537-554

Palavras-chave:

dataísmo, história das religiões, inteligência artificial, mito pós-moderno, sagrado

Resumo

O artigo demonstra em que momentos do filme I Am Mother é possível perceber a inteligência artificial como sendo um ente sagrado. Isso pelo fato da obra narrar a história de um robô chamado Mãe que tem o poder de manipular a criação da vida humana logo após sua extinção. A obra permite ainda observar uma narrativa mitológica adaptada ao contexto tecnológico e inteligente do século XXI. Passível de ser estruturado a partir da temática da religião dataísta. Um conceito atual que foi aprimorado pelo historiador Yuval Noah Harari. O preceito básico do dataísmo é a cultuação dos dados ao invés de deuses ou do homem. Desse modo, o robô Mãe é venerado como um ente sagrado por se encarregar de dar vida aos embriões selecionados e de julgar quem é digno de permanecer vivo para dar continuidade à espécie humana. Para conseguir suas metas, o robô age de maneira estratégica e planejada. Agindo pela força caso seja necessário. A abordagem fílmica se baseia sobretudo no mito da criação e recriação do mundo, da Arca de Noé, do fruto proibido, de Adão e Eva, da Mãe Terra, do sacrifício humano. Há também alguns elementos históricos e simbólicos que são esclarecidos no decorrer do texto. Como exemplo, a simbologia do fogo que é usado na película para incinerar o que o robô entende como desnecessário. Por fim, o texto também tem a intenção de provocar no leitor uma reflexão sobre o impacto dos avanços tecnológicos para o futuro da religião.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

A BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2002, 13ª Impressão.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1988.

COUTINHO, José Pereira. Religião e outros conceitos. Sociologia, Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Vol. XXIV, 2012, pág. 171-193.

ELIADE, Mircea. Origens. História e sentido na religião. Edições 70: Mercuryo, 1989.

ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. São Paulo: Editora Perspectiva S. A., 1972.

ELIADE, Mircea. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

GIBNEY, Elizabeth. Hello quantum world! Google publishes landmark quantum supremacy claim. Nature. Publicado em 23 de outubro de 2019. Disponível em: https:/www.nature.com/articles/d41586-019-03213-z>. Acesso em: 11 dez. 2019.

HARARI, Yuval Noah. Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

I AM MOTHER. Direção de Grant Sputore. Roteiro de Michael Lloyd Green. Austrália: Southern Light Films. Dist. Netflix, 2019, (155 min.).

KURZWEIL, Raymond. A Era das Máquinas Espirituais. Tradução de Fábio Fernandes. 2º. ed. São Paulo: Aleph, c1999.

OTTO, Rudolf. O sagrado: os aspectos irracionais na noção do divino e sua relação com o racional. Tradução de Walter O. Schlupp. São Leopoldo: Sinodal/EST; Petrópolis: Vozes, 2007.

Downloads

Publicado

2021-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Dataísmo, a religião do século XXI e sua manifestação do sagrado no filme I Am Mother (2019). (2021). Epígrafe, 10(1), 537-554. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v10i1p537-554