A fundação da Universidade de Toulouse: as relações entre o papado e as forças locais toulouseanas no século XIII (1209 – 1229)

Autores

  • Cassia Luana de Freitas Moreira Universidade Federal do Pará - Campus Bragança

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v10i2p553-575

Palavras-chave:

Catarismo, Papado, Política anti-herética, Universidade de Toulouse

Resumo

Esse artigo objetiva esclarecer a performasse de forças e interesses que culminou na formação da Universidade de Toulouse, no sul da Frances, entre os anos de 1209 a 1229 período em que se deu a Cruzada Albigense. haja vista o contexto instável em que se deu tal formação, qualificado por conflagrações políticas entre os agentes do Papado, a monarquia Francesa e as forças locais da região do Languedoc. A metodologia utilizada pauta-se na análise do discurso Foucaultiana, destacando a contribuição de Foucault (1970) no que diz respeito à articulação no discurso entre saber e poder, somando a percepção do autor em como se provoca resultados repressivos, mas sim constituidores de verdade. Esta pesquisa aponta que o condado de Toulouse é marcado por conflitos internos e externos, que foi  intensificado após a enorme adesão daquela região, incluindo a nobreza, a heresia Cátara, conflito este que alcançou seu nível mais alto na cruzada realizada para erradica a heresia, o fim do conflito armado se dá graças a assinatura do tratado de Paris de 1229, onde a Universidade aparece como uma das cláusulas que  condiciona a capitulação daquele conflito. Constatasse que a Universidade foi fundada estrategicamente em Toulouse como parte de uma política anti-herética coordenada pelo papado no Languedoc, visto que há evidencias que mesmo após o termino da cruzada ainda existiam casos de heresia naquela região, a Universidade servirá de base ortodoxia sob a tutela do Papa.  

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Fontes medievais impressas:

AUVRAY, Lucien. Les Registres de Gregoire IX. Recueil de bulles de ces pape d’après les manuscrits originaux du Vatican. Paris: LibrairieThorin et Fils, 1896.

IORDANO DE SAXONIA. Libellus de principiis Ordinis Praedicatorum. In: GARGANTA, José Maria; GELABERT, Miguel; MILAGRO, José Maria (Ed.). Santo Domingo de Guzmán visto por sus contemporáneos. Madrid: BAC, 1947. p. 163-218.

MACÉ, Laurent. Catalogues raimondins. Actes des comtes de Toulouse, ducs de Narbonne et marquis de Provence (1112-1229). Toulouse: Archives municipales, 2008.

TRATADO DE PARIS, 1229. Disponível em: < httpa://web.archive.org/web/20070927220105/http://www.archives.mairietoulouse.fr/fonds/inventaire/artcles/AA5/aa5_004..htm>. Acesso em: 12 abr. 2020.

Obras específicas:

BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano 1000 à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. 3 ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2010, p. 113-134.

CORREIA, Alexandre Augusto de Castro. A universidade medieval. Revista da Faculdade de Direito, USP, v. 45, p. 292–329, 1950.

FALCON, Francisco. História e Poder. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011, p. 55-82.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989, p. 4-12.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Aula inaugural no Collège de France pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 21 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011.

FRANCO JUNIOR, Hilário. Catarismo, uma manifestação utópica medieval. Topoi, Rio de Janeiro, v. 19, n. 38, p. 6-34, mai./ago. 2018.

LE GOFF, Jacques. Os Intelectuais na Idade Média. 9 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2018.

LIMA, Philipe. Poderes Eclesiásticos e Seculares na repressão ao catarismo no Languedoc (1145-1229). Campinas: Ed. Unicamp, 2019.

MACEDO, José Rivair. Nobreza, heresia e banditismo Social no Século XIII: O caso dos Faidits. Textos de História, Revista da Pós-Graduação em História da UNB, v. 4, n. 1, 1996, p. 7-38.

OLIVEIRA, Terezinha. Origem e Memória das Universidades Medievais a preservação de uma instituição educacional. VARIA HISTÓRIA, Belo Horizonte, v. 23, n. 37, p. 113-129, Jan./Jun. de 2007.

PORTO, Thiago. “O Papado e os dominicanos em Toulouse (século XIII): O combate aos cátaros e as resistências locais”. In: Encontro de História Antiga e Medieval do Pará: historiografia e ensino de História, 2, 2019 (Cametá-PA). Anais... Cametá: Editora Abaeté, 2019. p. 60-77.

SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão. Uma proposta de leitura Histórica de fontes textuais em pesquisas qualitativas. Revista Signum, 2015, vol. 16, n. 1.

SILVA, Carolina Gual. As universidades e o conhecimento na Idade Média. In: SILVA, Paulo Duarte; NASCIMENTO, Renata. Ensaios de História Medieval: Temas que se renovam. Curitiba-Brasil: Editora CRV, 2019, p. 89-105

VAUCHEZ, André. A Espiritualidade na Idade Média Ocidental (séculos VIII-XIII). Lisboa: Editorial Estampa, 1995.

VERGER, Jacques. As Universidades Na Idade Média. São Paulo: Unesp, 1990.

VERGER, Jacques. Universidade. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Coord.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru, SP: EDUSC; São Paulo, SP: Imprensa Oficial do Estado, 2002. V. 1, p. 573-587.

WOLFF, Philippe. Histoire de Toulouse. Toulouse: Privat, 1974.

Downloads

Publicado

2021-07-13

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

A fundação da Universidade de Toulouse: as relações entre o papado e as forças locais toulouseanas no século XIII (1209 – 1229) . (2021). Epígrafe, 10(2), 553-575. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v10i2p553-575