A Santa Casa de Misericórdia do Maranhão e a concessão de dotas às moças órfãs e pobres no século XIX
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v11i1p100-121Palavras-chave:
Dotes, Maranhão, Santa Casa de Misericórdia, Século XIXResumo
A Santa Casa de Misericórdia, criada em 1498 na cidade de Lisboa, foi responsável no cuidado dos vulneráveis, envolvendo significativa parcela da população. As práticas caritativas possibilitaram a assistência em diversas esferas, como a hospitalar, funerária e financeira. Dentre as atividades, a Santa Casa se destacou no cuidado de mulheres com a criação de recolhimentos femininos e Casas, tornando-se uma prática além das fronteiras portuguesas. Com a expansão para o Ultramar, em São Luís do Maranhão a Misericórdia remonta ao período colonial, possuindo maior relevância para a sociedade a partir do século XIX, momento da fundação da Casa dos Expostos, destinados a acolher recém-nascidos e crianças abandonadas ou entregues a instituição, oferecendo educação a ambos os sexos e a possibilidade do dote caso as mulheres fossem ao altar, que ao longo da trajetória feminina na irmandade foram inúmeros os percalços. Dessa forma, o presente artigo versa sobre a concessão de dotes na instituição da Santa Casa de Misericórdia do Maranhão, utilizando como fontes os jornais do século XIX, disponibilizados pela Biblioteca Nacional Digital, possibilitando analisar as problemáticas referentes a significância do dote em São Luís, o fardo para a irmandade em cuidar das expostas e o contato com o Recolhimento de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios. Conectados, esses fatores tornavam a situação das mulheres pobres à mercê do casamento ou trabalho, visto que a busca para saírem dotadas dos estabelecimentos possuía prazo de validade.
Downloads
Referências
REFERÊNCIAS
Fontes:
Almanaques
REGO, João Candido de Moraes. Almanack Administrativo da Província do Maranhão. São Luís, 1870.
Jornais
A Pacotilha, 12.07.1886.
Jornal Maranhense, 07.12.1841.
Minerva: Folha Política, Litteraria e Commercial, 26.11.1828.
Minerva: Folha Política, Litteraria, e Commecial, 08.01.1829.
O Conservador: Folha Política e Industrial, 06.06.1860.
Publicador Maranhense, 01. 04.1843.
Publicador Maranhense, 05.06.1844.
Publicador Maranhense, 31.10.1850.
Publicador Maranhense, 10.05.1859.
Publicador Maranhense, 08.10.1861
Publicador Maranhense, 09.05.1864.
Publicador Maranhense, 24.08.1877.
Publicador Maranhense, 03.07.1878.
Bibliografia:
ARAÚJO, Maria Marta Lobo de. A assistência às mulheres nas Misericórdias portuguesas (séculos XVI-XVIII), Nuevo Mundo Mundos Nuevos [En línea], Coloquios, 2008, Puesto en línea el : 18 février 2008a.
ARAÚJO, Maria Marta Lobo de. Casadas com trigo e cevada Os dotes das órfãs da misericórdia de Portel no século XVIII. In:”Faces de Eva: Estudos sobre a mulher”, 2008b.
ARAÚJO, Maria Marta Lobo de. Tomar estado: dotes e casamentos (séculos XVI-XIX). Braga : CITCEM, 2010.
COE, Agostinho Júnior Holanda. “Nós, os ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”: a higiene e o fim dos sepultamentos eclesiásticos em São Luís (1828-1855). Dissertação (Mestrado em Histórica Social) – Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2008.
COE, Agostinho Júnior Holanda. A assistência em crise: a Santa Casa da Misericórdia do Maranhão na segunda metade do século XIX (1850-1890). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2013.
NAZZARI, Muriel. O desaparecimento do dote: mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
ROCHA, Raíssa Pereira Nina. A Irmandade da Misericórdia: um estudo sobre a Santa Casa de São Luís do Maranhão. Graduação (Licenciatura em História) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ana Caroline Silva Caldas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autorizo a Revista Epígrafe a publicar o trabalho (Artigo, Resenha ou Ensaio) de minha autoria/responsabilidade, assim como me responsabilizo pelo uso das imagens, caso seja aceito para a publicação on-line.
Eu concordo a presente declaração como expressão absoluta da verdade e me responsabilizo integralmente, em meu nome e de eventuais co-autores, pelo material apresentado.
Atesto o ineditismo do texto enviado.