A produção do Novo em Historiografia: os Annales e o processo de construção intelectual de um movimento historiográfico

Autores

  • Mariana Ladeira Osés Sem Registro de Afiliação

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v0i0p43-50

Palavras-chave:

Escola dos Annales, História da Historiografia, Novidade Historiográfica

Resumo

Os Annales d’Histoire Économique et Sociale, revista fundada por Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929, foram celebrados pela historiografia moderna como um ponto de virada na produção de conhecimento histórico do século XX. Essa postura celebratória tem, não raro, sido criticada por setores da historiografia que buscam, por vezes de forma acusatória, contestar os supostos “ineditismos” da revista.  O presente trabalho visa a elaborar e elucidar uma série de questionamentos que, em sua concepção, exigem uma postura analítica que se afaste dos juízos valorativos. Com isso, busca-se uma compreensão da produção intelectual como processo, ou seja, dos mecanismos sociais e intelectuais envolvidos na construção da ideia do “novo” nas ciências humanas por meio da atenção a fontes usualmente relegadas a um plano acessório no estudo da história intelectual: as cartas e as resenhas. Acreditamos que, por meio da análise de cartas trocadas entre Bloch e Febvre entre 1928 e 1938 e das resenhas publicadas na revista (em especial em seus primeiros anos), abre-se a possibilidade de estudo das obras dos autores em um panorama mais amplo, e, por consequência, evidenciam-se esferas da produção intelectual que permitam uma compreensão mais refinada do processo de produção e constituição de uma novidade historiográfica. 

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Publicado

2013-12-12

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A produção do Novo em Historiografia: os Annales e o processo de construção intelectual de um movimento historiográfico. (2013). Epígrafe, 43-50. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v0i0p43-50