O sujeito ferido e o “lugar de memória”: o testemunho como sanção de verdade a partir do filme “O Doce Amanhã”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v1i1p105-115Palavras-chave:
“O Doce Amanhã”, Testemunho, Memória, VerdadeResumo
Tendo como ponto de partida o filme canadense O Doce Amanhã (The Sweet Hereafter, Atom Egoyan, 1997), este ensaio procura examinar o papel ambíguo do testemunho – da memória, portanto – para a prática historiográfica. A forma como o testemunho aparece na trama pode ser inserida dentro do “novo modelo testemunhal” inaugurado pelo trauma dos sobreviventes judeus do Holocausto durante a 2ª Guerra Mundial, quando se instaurou uma “crise do conceito de testemunho” em termos de verdade, segundo a visão do filósofo francês Paul Ricoeur. É quando o testemunho ganha um estatuto “moral”, não podendo ser analisado pelo método histórico pois estaria acima da própria história. É o momento em que o testemunho se torna a própria verdade, enquanto que o sobrevivente, um sujeito ferido, múltiplo e incompleto, se torna um “lugar de memória”, no sentido compreendido por Pierre Nora.
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Referências
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