O sujeito ferido e o “lugar de memória”: o testemunho como sanção de verdade a partir do filme “O Doce Amanhã”

Autores

  • Paula Carolina de Andrade Carvalho Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v1i1p105-115

Palavras-chave:

“O Doce Amanhã”, Testemunho, Memória, Verdade

Resumo

Tendo como ponto de partida o filme canadense O Doce Amanhã (The Sweet Hereafter, Atom Egoyan, 1997), este ensaio procura examinar o papel ambíguo do testemunho – da memória, portanto – para a prática historiográfica. A forma como o testemunho aparece na trama pode ser inserida dentro do “novo modelo testemunhal” inaugurado pelo trauma dos sobreviventes judeus do Holocausto durante a 2ª Guerra Mundial, quando se instaurou uma “crise do conceito de testemunho” em termos de verdade, segundo a visão do filósofo francês Paul Ricoeur. É quando o testemunho ganha um estatuto “moral”, não podendo ser analisado pelo método histórico pois estaria acima da própria história. É o momento em que o testemunho se torna a própria verdade, enquanto que o sobrevivente, um sujeito ferido, múltiplo e incompleto, se torna um “lugar de memória”, no sentido compreendido por Pierre Nora.

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Biografia do Autor

Paula Carolina de Andrade Carvalho, Universidade de São Paulo

Estudante de graduação de História da Universidade de São Paulo

Referências

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Publicado

2014-11-03

Como Citar

Carvalho, P. C. de A. (2014). O sujeito ferido e o “lugar de memória”: o testemunho como sanção de verdade a partir do filme “O Doce Amanhã”. Epígrafe, 1(1), 105-115. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v1i1p105-115

Edição

Seção

Ensaios