A crônica rap como expressão do rap brasileiro hegemônico
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v1i1p7-33Palavras-chave:
Rap paulistano, Identidade, Engajamento.Resumo
Este artigo é parte de uma pesquisa que busca compreender a expressão do engajamento social e político do rap paulistano, tomando como fonte os próprios discos de rap gravados na primeira metade dos anos 1990. Para realizar tal pesquisa, foi utilizada a metodologia defendida por José Geraldo Vinci de Moraes, que observa diálogos musicais existentes e relaciona letra e música, sem privilegiar uma das partes da canção.
Pretende-se discutir que apesar de o Centro de São Paulo ter sido um agente fundamental para a consolidação do rap paulistano, essa manifestação artística foi paulatinamente se distanciando desse palco, passando a expressar em suas canções a identidade dos rappers ligadas à periferia. Esse processo, ao mesmo tempo em que definia a temática defendida pelos rappers em suas canções, também definia a forma estética pela qual o rap se consolidou no Brasil, a partir do que foi intitulado aqui de crônica rap.
O posicionamento dos rappers sobre as questões que eles abordam em suas canções são feitas de um lugar social e simbólico próprio, onde não são aceitos posicionamentos de quem está de fora desse lugar social, o que resulta em posicionamentos ambíguos, contraditórios e amplos.Downloads
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