Os sentidos da ''determinação'' em Espinosa: afirmação, negação e constituição do finito
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.188543Palavras-chave:
Espinosa, Determinação, Afirmação, Negação, Modos FinitosResumo
Este estudo tem como principal objetivo uma análise do conceito de determinação em Espinosa. Historicamente, o pensamento de Espinosa foi assimilado a uma filosofia acosmista, isto é, uma filosofia que nega a realidade das coisas finitas em um mundo onde apenas Deus ou a substância seria real. Tal interpretação se consolida a partir das considerações hegelianas em suas Lições sobre a História da Filosofia e na Ciência da Lógica, em que Hegel lê todo o sistema de Espinosa a partir do princípio "omnis determinatio est negatio". Nosso estudo se desenvolve então, primeiramente, apresentando as consequências contemporâneas desta leitura hegeliana; em seguida analisamos a interpretação hegeliana e algumas contribuições de Deleuze a respeito do conceito de determinação em Espinosa; e, por fim, analisamos no texto espinosano a função que o conceito de determinação desempenha e como ela se distancia do consagrado marco de leitura hegeliano de que “omnis determinatio est negatio”.
Downloads
Referências
BUTLER, J. (2012). Sujetos del Deseo. Reflexiones Hegelianas en la Francia del siglo XX. Buenos Aires: Amorrortu.
CHAUI, M. (1999). A Nervura do Real: Imanência e Liberdade em Espinosa – vol. 1 Imanência. São Paulo: Companhia das Letras.
DELEUZE, G. (2018). Diferença e Repetição. São Paulo: Paz e Terra.
DELEUZE, G. (2017). Espinosa e o Problema da Expressão. São Paulo: Editora 34.
DELEUZE, G. (2002). Espinosa: Filosofia Prática. São Paulo: Escuta.
DELEUZE, G. (1962). Nietzsche et la philosophie. Paris : Presses Universitaires de France.
DUFFY, S. (2006). The Logic of Expression: Quality, Quantity and Intensity in Spinoza, Hegel and Deleuze.Hampshire: Ashgate Publishing Ltda.
ESPINOSA, B. (1988). Correspondencia: Introducción, traducción, notas e índices de Atilano Domínguez. Madrid: Alianza Editorial.
ESPINOSA, B. (2016). Ética: demonstrada segundo a ordem geométrica. trad. Tomaz Tadeu.
Edição bilíngue latim/português. 3ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica.
ESPINOSA, B. (2004). Pensamentos Metafísicos; Tratado da Correção do Intelecto; Ética; Tratado Político; Correspondência. (Col. Os Pensadores). São Paulo: Nova Cultural.
GAINZA, M. (2011). Espinosa: Uma Filosofia Materialista do Infinito Positivo. São Paulo: EDUSP.
GUEROULT, M. (1968).Spinoza. I: Dieu. Paris : Aubier-Montaigne.
HARDT, M. (1996). Gilles Deleuze – Um Aprendizado em Filosofia. São Paulo: Editora 34.
HARDT, M. (2014). “Leer a Macherey”, in: MACHEREY, P. Hegel o Spinoza. 2ª Ed. Buenos Aires: Tinta Limón, pp. 7-16.
HEGEL, G. W. F. (2016). Ciência da Lógica: A Doutrina do Ser – vol. 1. Petrópolis: Editora Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco.
HEGEL, G. W. F. (2014). Fenomenologia do Espírito. 9ª Ed. Petrópolis: Editora Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco.
HEGEL, G. W. F. (1955). Lecciones sobre la Historia de la Filosofía: Tomo Tercero. México D. F. - Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.
JACOBI, F. H. 1(996). Cartas a Mendelssohn; David Hume; Carta a Fichte. Prólogo, traducción y notas de José Luis Villacañas. Barcelona: Círculo de Lectores.
KOJÈVE, A. (2002). Introdução à leitura de Hegel. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto.
MACHADO, L. N. (2015). “Determinação e Ceticismo: algumas considerações, a partir do problema do ceticismo, sobre Hegel, suas concepções de determinação e sua interpretação da filosofia de Espinosa”, in: Cadernos Espinosanos, (33), pp. 115-159.
MACHEREY, P. 2014. Hegel o Spinoza. 2ª Ed. Buenos Aires: Tinta Limón.
MATHERON, A. (1988). Individu et Communauté chez Spinoza. 2ª Ed. Paris: Minuit.
MELAMED, Y. (2012). “‘Omnis determinatio est negatio’: Determination, Negation, and Self-negation in Spinoza, Kant, and Hegel”, in: FÖSTER, E.; MELAMED, Y (eds.). Spinoza and German Idealism. Cambridge: Cambridge University Press, p.p 175-196.
MODER, G. (2017). Hegel and Spinoza: Substance and Negativity. Illinois: Northwestern University Press.
MORFINO, V. (2012). “The Misunderstanding of the Mode. Spinoza in Hegel’s Science of Logic (1812-1816)”, in: SHARP, H.; SMITH, J. E. (eds.). Between Hegel and Spinoza: A Volume of Critical Essays. London – New York: Bloomsbury Publishing Plc, pp. 23-41.
PEDEN, K. (2014). Spinoza contra Phenomenology: French Rationalism from Cavaillès to Deleuze. Stanford: Stanford University Press.
ROUSSET, B. (2000). “Regard Spinoziste sur la Lecture Hegelienne du Spinozisme”, in: L’Immanence et le Salut: Regards Spinozistes. Paris: Kimé, pp. 15-28.
SAFATLE, V. (2016). “A Diferença e a Contradição: A Crítica Deleuzeana à Dialética e as Questões da Dialética a Deleuze”, in: Discurso, 46 (2), pp. 123-160.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Arion Keller
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
b. Authors are authorized to take on additional contracts separately, to non-exclusive distribution of the article published in this journal (ex.: to publish in institutional repository or as part of a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.