O CONCEITO DE BEATITUDE EM FICHTE E ESPINOSA: IMPLICAÇÕES MORAIS E POLÍTICAS DO IDEALISMO E DO DOGMATISMO
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2023.213851Palavras-chave:
Fichte, Espinosa, beatitude, idealismo, dogmatismoResumo
Neste artigo procuro expor a forma pela qual aparece o conceito de beatitude (Seligkeit-beatitudo) no pensamento de Fichte e de Espinosa. Tendo isso em vista, ressalto a importância de considerar os fundamentos metafísicos dos seus sistemas filosóficos para poder compreender suas implicações práticas - em particular as morais e políticas - a respeito do sentido que aquele conceito adota. Assim, pretendo analisar a metafísica fichteana do ansiar (Sehnen) como base da sua concepção da beatitude em um sentido moral, ao mesmo tempo que buscarei, em um sentido filosófico-histórico, confrontar essa perspectiva com a ideia espinosana de uma beatitudo, que, deixando de lado a moralidade, uma vez que para ele a política assume um papel primário na existência humana, de um ponto de vista fichteano só poderia ser considerada como irracional e dogmática. O confronto entre ambos os pensadores pretende favorecer a compreensão tanto de suas posições sobre o tema como dos seus sistemas filosóficos per se.
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