Hábito versus rotina: um estudo sobre os regimes de sentido no filme As horas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2018.152404Palavras-chave:
Hábito, Rotina, Modalização, As horasResumo
Utilizamos conceitos da sociossemiótica (vertente landowskiana da semiótica discursiva francesa), sobretudo aqueles relativos ao hábito e à rotina, para analisar os regimes de sentido experienciados pelas personagens centrais do filme As horas (The Hours, 2002), dirigido por Stephen Daldry. A obra trata do entrelace das histórias de três mulheres ligadas pelo romance de Virginia Woolf, Mrs. Dalloway. A primeira vive no início do século XX, a segunda, em sua metade, e a terceira, no primeiro ano do presente século. A primeira personagem é a autora do romance mencionado, a segunda mulher está lendo esse livro em algumas cenas em que a vemos e a terceira possui diversas características em comum com a personagem principal do romance de Virginia Woolf, a ponto de ter o nome da obra como apelido, atribuído por seu ex-namorado. Buscamos explicitar a complexa construção dos efeitos de sentido a partir da interação das personagens nucleares do filme analisado e o entrelaçamento entre seus percursos. Explicitamos a articulação entre regimes de sentido e regimes de interação, privilegiando aqueles que regem o hábito e a rotina, isto é, o regime da manipulação e o regime da programação, respectivamente. Encontramos uma construção homóloga das três narrativas intercaladas no filme, sendo todas elas configuradas a partir da convivência problemática entre uma personagem que vive modalizada pelo querer e outra pelo dever, aquele regente do hábito e este da rotina.
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