O fazer verdadeiro e a transição de governo na construção da Base Nacional Comum Curricular: um documento também político
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2019.154829Palavras-chave:
Base Nacional Comum Curricular, Sujeito da enunciação, Persuasão, PolíticaResumo
Estudar o jogo de persuasão entre enunciador e enunciatário nos possibilita reconhecer, nos discursos, o fazer verdadeiro que se quer produzir por meio de estratégias, dos recursos de linguagem utilizados. Nesse sentido, tomando as versões publicadas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como objeto de estudo - três versões apresentadas para consulta pública (2015, 2016, 2017a), mais a versão homologada (2017b) – nosso intuito é reconhecer como o enunciador se apropria da linguagem no jogo de manipulação estabelecido entre ele e seu enunciatário, buscando, em cada versão, estabelecer um fazer crer, por meio de um fazer verdadeiro. Nosso propósito, ainda, é evidenciar como a transição de governo vai resultar em modificações na estrutura, perspectivas adotadas em cada versão apresentada, levando-nos a reconhecer a BNCC como fruto de posicionamentos políticos, e não apenas o resultado de uma construção coletiva, como o enunciador busca convencer seu enunciatário. Assim, para ancorar nossas discussões, recorremos à Semiótica, de linha francesa, a fim de estudarmos como se projetam e se relacionam os sujeitos da enunciação, enunciador e enunciatário do discurso.
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