Semiótica didática: percurso histórico-conceitual de uma prática de análise
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2019.165203Palavras-chave:
Semiótica didática, Programação, Persuasão, História da semióticaResumo
A semiótica didática nasceu no final dos anos 1970, entre propostas teóricas veiculadas nos Bulletins da Actes Sémiotiques. Em 1979, o texto fundador, “Pour une sémiotique didactique”, de Greimas, convidava os semioticistas a conceberem o texto didático e seu discurso enquanto programação – seleção dos conteúdos e da discursivização e da textualização dos enunciados didáticos – e persuasão – relações entre o enunciador e o enunciatário didáticos. Neste trabalho, propomos um estudo histórico-conceitual da constituição da semiótica didática enquanto conjunto de textos teóricos e de análise que possibilitam explicitar preocupações que fundamentam práticas de análises orientadas para a competencialização dos sujeitos em aprendizagem através da escolha de certos corpora e problemas de pesquisa, e de formas particulares de segmentar e analisar textos. No córpus analisado, dentro do período-chave de formação da semiótica discursiva com abertura a diferentes objetos (1970 a 1990), encontramos traços de uma prática de análise voltada essencialmente para a competência modal do enunciatário, sujeito a ser sensibilizado e guiado pela narrativa didática. Essa abordagem implica a escolha de um ponto de vista estratégico, centrado na persuasão e na irredutível assimetria de posições enunciativas, que situam a semiótica didática junto às semióticas da manipulação – discursos publicitário e político.
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