As transposições parodística e estilística nas regravações de canções brega

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.184652

Palavras-chave:

Canção popular, Música brega, Intertextualidade, Semiótica

Resumo

Este artigo surge da tentativa de compreender melhor o fenômeno por qual passam certas canções estigmatizadas, que, ao serem gravadas por intérpretes considerados como de maior prestígio cultural, passam a ser consumidas como produções artísticas de “bom gosto”. Focalizando nossa pesquisa na regravação de canções bregas, compreendemos esse processo de transposição como um fenômeno intertextual, podendo ser construída como paródia e estilização (Discini, 2004). Além disso, as distintas sanções que as regravações de uma canção recebem são fruto de um processo sócio-histórico, que Tatit (2004) traduz em termos de triagem e mistura. A construção da identidade de uma determinada canção, avaliada como brega, é definida por uma série de efeitos de sentido que procuramos demonstrar pela análise, com base na semiótica elaborada por Tatit (1994), de duas canções bregas que foram gravadas por intérpretes de outros estilos: “Eu vou tirar você desse lugar”, nas versões de Odair José (1995) e Los Hermanos (2002), e “Sozinho”, de Peninha (1997) e Caetano Veloso (1998).

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Vinicius Façanha, Universidade Federal do Ceará

    Mestrando em Linguística no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil.

  • Artur da Silva Barbosa, Universidade Federal do Ceará

    Graduando em Letras Português na Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil.

Referências

CABRERA, Antonio Carlos. Almanaque da música brega. São Paulo: Matrix, 2017.

DANTAS, Yvantelmack. Simulacros enunciativos e efeitos de blindagem no discurso humorístico. 2018. Tese (Doutorado em Linguística) – Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/32391/3/2018_tese_ydvalerio.pdf. Acesso em: 4 out. 2021.

DISCINI, Norma. Intertextualidade e conto maravilhoso. São Paulo: Humanitas, 2004.

FONSECA, Diogo Direna. Entre o “brega” e o rock: a ressignificação da música de Odair José. 2015. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Arte e Comunicação Social, Niterói, 2015. Disponível em: http://ppgcom.uff.br/wp-content/uploads/sites/200/2020/03/tese_mestrado_2015_diogo_direna_fonseca.pdf. Acesso em: 4 out. 2021.

HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

MACHADO, Regina; ABREU, Clenio de Moura. Análise semiótica do comportamento vocal em duas gravações de “Sonhos”. Estudos Semióticos, v. 12, n. 2, p. 29-37, 6 dez. 2016. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2016.127612. Acesso em: 4 abr. 2021.

MOURA, Glenda Miranda. Cantar A palo seco: o papel do intérprete na geração do sentido na canção. 2014. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza, 2014. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/9699/1/2014_dis_gmmoura.pdf. Acesso em: 4 out. 2021.

SARAIVA, José Américo Bezerra. A identidade de um percurso e o percurso de uma identidade: um estudo semiótico das canções do pessoal do Ceará. Fortaleza: EDUFC, 2012. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10239/3/2013_liv_jabsaraiva.pdf. Acesso em: 2 out. 2021.

SEVERIANO, Jairo. Uma história da música popular brasileira: das origens à modernidade. São Paulo: 34, 2008

TATIT, Luiz. Musicando a semiótica: ensaios. São Paulo: Annablume, 1997.

TATIT, Luiz. O século da canção. São Paulo: Ateliê, 2004.

TATIT, Luiz, Semiótica da canção: melodia e letra. São Paulo: Escuta, 1994.

ZILBERBERG, Claude. As condições semióticas da mestiçagem. In: CAÑIZAL, Eduardo Peñuela; CAETANO, Kati E. (org.). Olhar à deriva: mídia, significação e cultura. São Paulo: Annablume, 2004.

Downloads

Publicado

2021-12-20

Como Citar

As transposições parodística e estilística nas regravações de canções brega. (2021). Estudos Semióticos, 17(3), 198-214. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.184652