O virtual, a atualização e o tempo presente em Émile Benveniste: uma leitura sobre o signo “vazio”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2022.189298Palavras-chave:
Pronome pessoal, Signo virtual, Signo vazio, Émile BenvenisteResumo
Este trabalho objetiva retomar a relação entre a temporalidade da instância discursiva e a caracterização de não virtualidade do pronome pessoal, ou “signo vazio”, em Émile Benveniste. A hipótese principal é que o pronome pessoal, que apenas pode ser considerado enquanto atualização, não pressupõe a representação do tempo presente, proposto por Benveniste como forma originária e exclusiva da enunciação. A virtualidade do signo, prevista por Benveniste, torna-se um modo de explicar a permanência ou “eternidade” do tempo presente, diante da condição singular de cada enunciação, que se repete frente a toda nova apropriação da língua pelo locutor.
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