O soneto secreto em Pauliceia Desvairada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.204219

Palavras-chave:

Semiótica, Literatura, Mereologia, Mário de Andrade, Pauliceia desvairada

Resumo

Inspirados pelo centenário da semana de arte moderna que se comemora em 2022, este artigo dedica-se à análise do poema que abre o livro lançado por Mário de Andrade em 1922, Paulicéia Desvairada. Com o auxílio das reflexões da semiótica discursiva, buscamos lançar luz sobre o soneto que se esconde por trás dos versos livres de “Inspiração”. Em defesa desse percurso de leitura, que tenciona imanência e aparência, convocamos a dimensão mereológica da significação, ou seja, a influência das relações entre partes e totalidade. Nesse sentido, a leitura do poema em questão é permeada pelos outros textos que compõem a obra, entre eles o “Prefácio interessantíssimo” que indica instruções para uma poética que guia a leitura do restante do livro. Assim, ao promovermos uma análise duplamente imanente do poema, que, sem subjugar a leitura a dados externos, deixa o texto revelar as estruturas internas que compõem sua poeticidade (e modernidade), tentamos prestar uma homenagem que escape dos tons biográfico e histórico que, com seus méritos, parecem dominar os louros deste centenário.

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Biografia do Autor

  • Vinicius Façanha, Universidade Federal do Ceará

    Mestrando do Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará (PPGL - UFC), Fortaleza, CE, Brasil.

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Publicado

2023-04-27

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O soneto secreto em Pauliceia Desvairada. (2023). Estudos Semióticos, 19(1), 162-177. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.204219