Por uma semiótica da encenação teatral
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2013.69535Palavras-chave:
semiótica, encenação, teatralidade, sistemaResumo
O presente artigo procura introduzir o problema da observação da significação na encenação teatral, tendo como ponto de partida a leitura dos estudos teatrais e de seu debate sobre a teatralidade contemporânea. Nesse debate, são discutidas a possibilidade e a impossibilidade de análise do ator no momento de atuação, com seu corpo e sua voz. Uma vez que o ator na ação dramática pode ser tomado como um fluxo não discursivo, os estudos teatrais deixam de observar os conteúdos típicos da encenação, ao mesmo tempo em que apontam esse fato como algo decorrente da insuficiência na metodologia semiótica. Ocorre que a teoria do teatro parece não legitimar o domínio da linguagem quando pensa o engajamento do ator em relação a sua própria criação, na medida em que tal teorização se vê influenciada pelos ideais da desconstrução, de Jacques Derrida e Jean-François Lyotard. Nesse exame preliminar ao estudo semiótico da encenação propriamente dita, tornam-se, portanto, necessários dois momentos de apreciação, a saber: um que contempla a crítica ao estruturalismo, notando o que ela reclama, e outro que retoma as bases que fundamentam essa crítica. Com isso, à proporção que se avalia a pertinência da reivindicação e, afinal, sua adequação ao objeto de estudo em questão, é esperado o esclarecimento das possibilidades de análise segundo um ponto de vista semiótico. A relevância desse ponto de vista deve ser destacada enquanto procedimento heurístico de investigação.
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