Estudos Semióticos https://www.revistas.usp.br/esse <p>Publicação quadrimestral online do Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral da FFLCH-USP, a revista <strong>Estudos Semióticos</strong> (ISSN 1980-4016) veicula, em acesso aberto, trabalhos da área de Semiótica, bem como dos campos limítrofes, dirigidos à comunidade dos pesquisadores. Podem ser propostos trabalhos que lidem com os signos, os textos, os discursos e as práticas sociais produtoras de sentido, desde que sejam inéditos e dialoguem com as teorias semióticas. Admitem-se trabalhos em português, francês, inglês, espanhol e italiano.</p> <p>Em cada temporada anual, a revista publica três números: um de tema livre e dois com dossiês temáticos. Eventualmente, pode ser publicada também uma edição extra no formato de um dossiê especial.</p> <p>No último evento de classificação do Qualis Periódicos da CAPES (2016), a revista foi classificada no estrato B1.</p> Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas pt-BR Estudos Semióticos 1980-4016 <p>Os trabalhos publicados na revista Estudos Semióticos estão disponíveis sob Licença Creative Commons <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/" target="_blank" rel="noopener">CC BY-NC-SA 4.0</a>, a qual permite compartilhamento dos conteúdos publicados, desde que difundidos sem alteração ou adaptação e sem fins comerciais.</p> Sobre a natureza da narrativa cinematográfica https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/199912 <p>O ensaio Sobre a natureza da narrativa cinematográfica, de 1993, é um dos últimos trabalhos de Iúri Lotman que concentra suas reflexões sobre a arte cinematográfica, tema ao qual ainda em 1973 o semioticista havia dedicado o livro A semiótica do cinema e os problemas da estética cinematográfica (na tradução lusitana, Estética e semiótica do cinema). Segundo Lotman, a arte cinematográfica imita a estrutura de uma língua natural e, portanto, é uma arte essencialmente narrativa que elabora sua própria linguagem (cinelinguagem). Dentro de uma obra cinematográfica, vista como um texto, é possível destacar frases, tempos verbais e até mesmo rimas e anáforas. Lotman aponta ainda a dualidade complexa do enredo cinematográfico, composto por duas camadas: a “literária” – recontável em palavras e que, em certo sentido, coincide com o roteiro – e a camada puramente cinematográfica, que pode ser imaginada visualmente, mas não pode ser re-expressa em palavras.</p> Iúri Lotman Copyright (c) 2023 Iúri Lotman https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 01 14 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.199912 Uma leitura tensiva das modalidades veridictórias https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/206156 <p style="font-weight: 400;">Negociada entre os polos da enunciação, a veridicção se constrói no julgamento do que é verdadeiro, falso, secreto ou mentiroso, confirmando ou negando as aparências. A discussão de uma atualização dessa formulação basilar da teoria se desenvolve neste trabalho com uma releitura orientada pela dimensão sensível de Claude Zilberberg e seu entendimento de que nenhum termo é simples e todos guardam diferentes graus de complexidade. Ao definir, reconhecer e aproveitar os subcontrários e sobrecontrários do parecer e do ser, este artigo argumenta que a dimensão sensível, o acontecimento e o acréscimo de mais ou de menos previsto na abordagem tensiva permite que o analista problematize o impacto que cada julgamento tensivo produz para o sujeito. Com o julgamento veridictório, ora o sujeito chega a confirmações mais ou menos contundentes de seus valores e ora se pega aturdido de diferentes formas pelas surpresas que nascem da quebra de todo um gradiente possível de expectativas, projetadas pelo enunciador com maior ou menor empenho.</p> Vinicius Lisboa Soares Renata Mancini Copyright (c) 2023 Renata Ciampone Mancini, Vinicius Lisboa Soares https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 15 29 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.206156 Semiótica, fotografia e justiça social: um estudo na fronteira entre Semiótica da Fotografia e Semiótica do Direito https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/199998 <p>Este artigo desenvolve uma análise semiótica da fotografia, discutindo o seu valor para o debate público, a sensibilização e a mobilização da opinião pública e a luta por justiça social. A proposta de análise procura seguir na linha estreita das fronteiras da Semiótica da Fotografia e da Semiótica do Direito, de forma a aproximar dois campos de trabalho que têm sido muito pouco explorados, ao menos dentro da perspectiva teórica da semiótica greimasiana. A fotografia é analisada como texto fotográfico, inserida em narrativas culturais, de modo a estabilizar a imagem fotográfica, mobilizadora de sentidos sócioculturais que, quando tematizam questões de justiça, são capazes de afetar outros discursos. Ao gerar a afetação de mentalidades, a imagem tem o poder de persuasão, gerando um ciclo favorável à implementação de políticas e ações concernentes a novos direitos. É dessa forma que o texto fotográfico influencia, direta ou indiretamente, na afirmação da justiça social e, por isso, pode estar na gênese do texto jurídico.</p> Eduardo Carlos Bianca Bittar Copyright (c) 2023 Eduardo Carlos Bianca Bittar https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 30 57 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.199998 Das cortes de justiça aos palcos midiáticos: estudo do gênero denúncia a partir da Operação Lava Jato https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/203492 <p>Por meio da noção de gênero integrada à semiótica das práticas, o presente trabalho busca investigar, a partir de um texto-ocorrência, a denúncia criminal. Parte-se da primeira denúncia efetuada pela Operação Lava Jato contra o naquela época ex-presidente Lula, a do Triplex do Guarujá, para analisar as características de produção e de circulação desse documento para, numa perspectiva pancrônica, compreender como elas se encaixam no gênero denúncia e como se pode pensar, a partir dessa noção, a prática jurídica da operação. A partir dos dados encontrados, descreve-se uma mudança na cena prática da denúncia, que se desloca de uma disputa jurídica para uma disputa midiática, associando-se esse cenário aos abusos de direitos cometidos pela operação e ao uso de lawfare.</p> Mônica Barrêto Nóbrega de Lucena Copyright (c) 2023 Mônica Barrêto Nóbrega de Lucena https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 58 80 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.203492 Enunciação musical e seus modos de existência: Gisèle Brelet e Iannis Xenakis sob a ótica tensiva https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/205932 <p style="font-weight: 400;">Os atos musicais constituem modos de viver a música, cujos processos realizam e dinamizam os elementos de sistemas e culturas musicais diversas. Para tratarmos dos modos de existências de uma enunciação musical que dê conta da diversidade de manifestações de uma práxis sonoro-musical coletiva, aproximaremos, sob a ótica da abordagem tensiva, dois pensamentos sobre o tempo musical: o da musicóloga e esteticista francesa Gisèle Brelet e o do compositor grego Iannis Xenakis. Com Brelet, traremos a síntese do ritmo, ou a ideia de uma “prosódia geral” da música, e duas definições de silêncio. Com Xenakis, nos valeremos das suas álgebras temporais (hors-temps, temporelle e<br />en-temps) para fazermos uma ligação com os modos de existência (virtualizado, atualizado, realizado e potencializado) tal como são pensados pela abordagem tensiva, desenvolvida por Jacques Fontanille e, principalmente, Claude Zilberberg. Por fim, apresentaremos três cenários de possíveis existências musicais da peça Mycenae-Alpha (1978) de Iannis Xenakis.</p> Gustavo Cardoso Bonin Copyright (c) 2023 Gustavo Cardoso Bonin https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 81 106 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.205932 Estrategias enunciativas en el discurso musical del hip hop: el caso de MF DOOM https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/200114 <p>El presente artículo es el resultado de una indagación respecto a la obra del músico y productor discográfico de origen británico Daniel Dumile, mejor conocido por su nombre artístico MF DOOM. El enfoque fue cualitativo y se empleó el análisis discursivo con base en la semiótica estructural francesa. El objetivo consistió en identificar las strategias de articulación del yo a partir del proceso de enunciación musical de la letra y emparentarlo con otras manifestaciones artísticas del cantante. Se comprueba que el estilo lírico de Dumile depende de un muy delicado juego de desembragues y embragues enunciativos, los cuales<br />sirven de base para construir personajes en distintos momentos de sus composiciones y aproximándose lúdicamente al enunciatario.</p> Alejandro Núñez-Alberca Copyright (c) 2023 Alejandro Núñez-Alberca https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 107 124 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.200114 A construção discursiva da política de resistência em Companheiras, de Eneida de Moraes https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/203942 <p>Este artigo objetiva investigar a construção discursiva da política de resistência na crônica Companheiras, da autora Eneida de Moraes (1903–1971), bem como identificar as vozes sociais manifestadas por meio desse discurso. O texto foi escrito na década de 1950, porém relata fatos históricos da década de 1930. Foram selecionados trechos do texto que assinalam o percurso do sujeito confinado na prisão, imobilizado pela repressão, mas encontrando formas para sobreviver e resistir às coerções impostas. Nos fundamentamos nos pressupostos teóricos da Semiótica Francesa, elucidando aspectos narrativos e discursivos, incidências de elementos da vertente tensiva, destacando também o conceito de formas de vida da maneira como o utiliza Fontanille (2015). A análise revela que o discurso de resistência se constrói pela unicidade de vozes sociais que afrontam um sistema de poder autoritário e repressor. É um discurso tecido em ações de resistência coletiva sustentadas nas afetividades e na partilha do mesmo pensamento ideológico em prol de uma nova organização política pautada nos princípios democráticos e na liberdade de expressão. Dessa forma, o trabalho vem contribuir para a compreensão de discursividades que se localizam ideologicamente no campo da política de resistência e de enfrentamentos dos sistemas de poder.</p> Renata Guimarães Cabral Lima Oriana de Nadai Fulaneti Copyright (c) 2023 Renata Guimarães Cabral Lima, Oriana de Nadai Fulaneti https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 125 143 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.203942 Corpo, veridicção e testemunho em Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/194360 <p>No presente artigo, trataremos de uma questão referente à dimensão veridictória dos discursos, ainda a ser mais explorada em semiótica, a nosso ver: a imbricação (neutralização?) entre regimes subjetivos e objetivos de veridicção presente no discurso autobiográfico. Nossa discussão se dará a partir da obra Memórias do Cárcere (1953), de Graciliano Ramos, que traz inúmeras questões sobre o seu estatuto de “realidade”. Esse desiderato se dará em diálogo com autores como Jacques Fontanille, mormente em sua obra Corpo e sentido; Izidoro Blikstein, e sua noção de verdade subjetiva; e Wander Melo Miranda, em seu trabalho Corpos escritos, dedicado à temática na obra de Graciliano Ramos em estudo. O intento deste artigo é o de mostrar que a peculiaridade veridictória do texto do escritor alagoano é afirmada não pela via de uma enunciação objetivante (mais da ordem do “registro”, da adequação aos fatos), mas pela dimensão estética de sua obra, pela imbricação entre o memorial e o literário e pela força figurativa do sensível e da estesia. Esses elementos nos poriam em face de uma narração mais do devir de um sofrimento, do simulacro de quem “sentiu na pele” a dor, do que de um relato documental dos acontecimentos vividos na cadeia.</p> Gustavo Maciel de Oliveira Copyright (c) 2023 Gustavo Maciel de Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 144 161 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.194360 O soneto secreto em Pauliceia Desvairada https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/204219 <p><span style="font-weight: 400;">Inspirados pelo centenário da semana de arte moderna que se comemora em 2022, este artigo dedica-se à análise do poema que abre o livro lançado por Mário de Andrade em 1922, </span><span style="font-weight: 400;">Paulicéia Desvairada</span><span style="font-weight: 400;">. Com o auxílio das reflexões da semiótica discursiva, buscamos lançar luz sobre o soneto que se esconde por trás dos versos livres de “Inspiração”. Em defesa desse percurso de leitura, que tenciona imanência e aparência, convocamos a dimensão mereológica da significação, ou seja, a influência das relações entre partes e totalidade. Nesse sentido, a leitura do poema em questão é permeada pelos outros textos que compõem a obra, entre eles o “Prefácio interessantíssimo” que indica instruções para uma poética que guia a leitura do restante do livro. Assim, ao promovermos uma análise duplamente imanente do poema, que, sem subjugar a leitura a dados externos, deixa o texto revelar as estruturas internas que compõem sua poeticidade (e modernidade), tentamos prestar uma homenagem que escape dos tons biográfico e histórico que, com seus méritos, parecem dominar os louros deste centenário.</span></p> Vinicius Façanha Copyright (c) 2023 Vinicius Façanha Câmara de Sousa https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 162 177 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.204219 A visualidade em “Rimbaud”, de Chacal: uma análise semiótica https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/203895 <p>Este trabalho tem como proposta apresentar, a partir de uma análise do poema “Rimbaud”, de Chacal, uma reflexão a respeito da visualidade na poesia dentro do domínio da semiótica discursiva. Para isso, utilizaremos a proposição teórica e metodológica de Pondian descrita em “Gramática da poesia escrita: figuras retóricas”<em>. </em>Como resultado, identificamos os principais efeitos de sentido criados pela exploração de recursos no plano da expressão gráfico-visual do poema e a especificidade do destinatário da comunicação construído a partir disso. Ao final, destacamos a pertinência dos estudos relativos à visualidade na poesia, marcadamente a partir dos paradigmas colocados pelas vanguardas modernas, na passagem do século XIX para o XX, no campo da poesia.</p> Amanda Nakata Mirage Copyright (c) 2023 Amanda Nakata Mirage https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 178 193 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.203895 Julia Kristeva, leitora audaciosa de Bakhtin https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/204039 <p>Nos anos 1960, a leitura de Kristeva permitiu não só a introdução de Bakhtin no Ocidente, mas uma apropriação produtiva que deve ser vista como ponto de articulação de novas e aceleradas configurações do pensamento europeu da segunda metade do século XX. O objetivo deste trabalho é entender por que Kristeva recupera Bakhtin como texto fundador de um projeto semiótico e de que modo se produz um desenho de um novo objeto de estudo para a literatura. Primeiramente, tratamos de um prólogo que escreveu à tradução francesa La poétique de Dostoïevski, em que critica o formalismo russo e, por extensão, as formas radicalizadas do estruturalismo literário de seu tempo. Em um segundo momento, é analisado um ensaio kristeviano sobre o romance, no qual a leitura de Bakhtin se expressa claramente como a base para fundar um projeto semiótico, sua proposta de semanálise.</p> Pampa Olga Arán Copyright (c) 2023 Pampa Olga Arán https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 194 207 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.204039 Representações da mulher em dissertações argumentativas de concluintes da educação básica: a orquestração de vozes na construção do posicionamento axiológico https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/203977 <p>Este trabalho objetiva analisar a orquestração de vozes sociais na construção de um posicionamento axiológico em relação à mulher em dissertações argumentativas de concluintes da educação básica. À vista disso, a fundamentação teórica baseia-se principalmente nos trabalhos de Bakhtin (1997; 2006), Faraco (2009), Fiorin (2011), Guariglia (2012), Polachini (2014) e Rodrigues e Rangel (2015). A pesquisa foi realizada em uma escola pública da cidade de Recife (PE), onde foram coletadas 69 produções, das quais duas foram escolhidas pelo critério de Amostragem Aleatória Simples (AAS). Em ambas, a apropriação da voz alheia se deu de modo planejado e articulado ao propósito de contrapor-se ao pensamento machista sobre a mulher. Nesse sentido, constatou-se a ocorrência de formas do discurso marcado e do discurso bivocal, com a predominância daquelas.</p> Aline Milena Borges da Silva Dias Copyright (c) 2023 Aline Milena Borges da Silva Dias https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 208 225 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.203977 Présentation. Centenaire de René Thom (1923-2023) : hommage sémiotique et morphodynamique https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/210388 <p>Ce texte présente le dossier thématique <em>Centenaire de René Thom (1923-2023): hommage sémiotique et morphodynamique</em>.</p> <p> </p> <p>Encontra-se, na sequência do texto original, uma tradução dessa mesma Apresentação para o português.</p> Isabel Marcos Clément Morier Copyright (c) 2023 Isabel Marcos, Clément Morier https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 i xxviii 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.210388 De la dynamique phrastique. Grammaire, chorématique et Théorie des Catastrophes https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/209341 <p align="justify">Nous proposons une modélisation dynamique, chorématique et topologique de la structuration phrastique et montrons que le sens grammatical relève d'un processus de complémentation qui rend plausible une conception compositionnelle et moins relativiste que celle d'une certaine linguistique cognitive, de la notion de construction. Notre approche montre mieux, nous l'espérons, comment le langage peut simuler la pensée et ainsi nous permettre de la partager. Car la syntaxe est déjà sémantique. Il s'agit de comprendre comment elle peut l'être.</p> Per Aage Brandt Copyright (c) 2023 Per Aage Brandt https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 226 237 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.209341 Morphologie et dynamique des mythes : une lecture catastrophiste de Lévi-Strauss https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/209348 <p>Notre « ré-analyse » de l’oeuvre mythologique de Lévi-Strauss part de la sémantique catastrophiste selon René Thom. Après un résumé des résultats majeurs dans l’analyse des mythes chez Lévi-Strauss et la considération des aspects dynamiques, telle la genèse des mythes, leur transformation et distribution, un problème central de la mythologie structurale de Lévi-Strauss concerne les transitions entre le continu et le discret et la constitution des distinctions pertinentes. Cette problématique est au coeur de la Théorie des Catastrophes (TC). L’article se concentre sur la formule canonique du mythe selon Lévi-Strauss. Il essaie de reconstruire cette formule à la base de son emploi par Lévi-Strauss dans plusieurs de ses oeuvres. Le dessein est de mieux comprendre et de préciser cette formule. Le texte passe en revue les moyens formels utilisés par Lévi-Strauss et cherche une interprétation dans le cadre d’une mathématisation adéquate. D’autres reconstructions, surtout celle de Jean Petitot sont prises en compte. Finalement, l’article discute les conséquences de cette relecture pour la sémantique catastrophiste et pour une sémiotique des mythes et des religions.</p> Wolfgang Wildgen Copyright (c) 2023 Wolfgang Wildgen https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 238 266 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.209348 Morphogenèse de la marque Jean Nouvel : l’exemple du Manifeste de la Louisiane https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/209343 <p>Cet article veut montrer la portée d’une question plus large: qu’est-ce que le Branding Territorial sous la perspective sémiotique ? et pourquoi cette question est importante pour nous, architectes. L’un des plus anciens leviers du Branding Territorial réside dans les Brand Architectes, plus communément appelés Star Architectes. Il semblerait que l’identité de leur marque, représentée par un nom propre (le sien), comme Jean Nouvel, Frank Gehry, Rem Koolhaas, entre autres, se confonde avec les valeurs qu’ils construisent dans leurs oeuvres. On voit qu’en général, le Brand Architecte organise sa marque autour d’un manifeste, ou, plusieurs manifestes qui sonnent le plus souvent comme une révolution et soulignent les valeurs qui le caractérisent, comme l’élément phare de la stratégie de chaque projet. Nous explorerons comment Jean Nouvel y parvient, à travers son Manifeste de la Louisiane. Nous analyserons le lien entre Praxis et Théorie comme composantes fondamentales de toute démarche architecturale, à partir de l’exemple du Manifeste de Nouvel appliqué au projet du Grand Pari(s) . Cet exemple nous conduira à l’étude de la rhétorique comme stratégie de la marque Jean Nouvel.</p> Isabel Marcos Ana Ferreira Copyright (c) 2023 Isabel Marcos, Ana Ferreira https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 267 281 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.209343 Lynch meets Moser: cognition, brain and environment https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/209344 <p align="justify">The proposal of Cognition and the Built Environment (MØYSTAD, 2017) is that architecture is a basic mode of human cognition. The production as well as the use of our environment is a cognitive process in and of itself. Building human environment relates to and is informed by the prior built environment. One of Christopher Alexander’s observations (1987) was that “building cities” actually means changing cities. Project by project. This insight carries implications for how we understand architecture, for how we understand the human brain and for how they interact. This paper will outline (1) the interaction between some spatial and morphological properties of the built environment on one hand, and (2) some of the recently discovered properties of the brain on the other, which seem to mirror similar properties of the external environment. Based on these two sets of properties I will then (3) make a brief discussion of some theories that seem to suggest an outline, not complete but still useful, of the cognitive relationship between (1) and (2).</p> Ole Møystad Copyright (c) 2023 Ole Møystad https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 282 301 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.209344 Forme et géographie : de René Thom à Benoît Mandelbrot https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/209349 <p align="justify">L’histoire de la forme est un concept complexe qui remonte à l’antiquité grecque, tout au long de cet article nous aborderons différentes facettes de ce concept dans le cadre particulier de la géographie. Nous développerons différentes perspectives sur la forme en géographie et sur son ontologie « locale ». Nous verrons également comment ce concept a été abordé, en géographie physique, en géomorphologie, en tenant compte de divers moments historiques et des cadres scientifiques successifs. La géomorphologie servira de laboratoire physique pour approfondir la notion de forme en géographie. Dans cette recherche nous croiserons des concepts de penseurs de différentes époques tels que Goethe, D’Arcy Thompson, Prigogine, mais surtout, René Thom et Benoît Mandelbrot, penseurs qui nous ont offert les outils pour concevoir une vision renouvelée de la forme en géographie.</p> Philippe Martin Copyright (c) 2023 Philippe Martin https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 302 329 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.209349 La Forme sémiotique de l’échelle https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/209352 <p>Le sens du mot forme peut aller du concret à l’abstrait selon qu’il est entendu du côté de l’art, de la logique ou des mathématiques. On pose que les catégories de signes iconiques et symboliques de la sémiotique de Ch. S. Peirce peuvent éclairer la situation en matière de formes architecturales. Celles-ci sont souvent abordées sous un aspect iconique alors que leur conception passe également par des formes verbales et numériques. L’échelle est indissociable de ces formes. L’article expose une forme propre à l’échelle architecturologique, laquelle, composée de la triade de concepts référence, dimension, pertinence, rejoint les catégories sémiotiques peirciennes de priméité, secondéité et tiercéité. Ces concepts sont présentés formellement par l’examen des conditions d’attribution de mesures à l’Arche de la Défense (Paris). Ils sont ensuite validés par l’analyse d’un passage de Vitruve relatif à l’attribution de mesures à une place publique. Sont ensuite examinées les conséquences de la réduction architecturologique de la conception architecturale à la mesure en rapport avec les considérations de divers auteurs. En particulier, l’opposition thomienne de la forme au fond qui se distingue de l’opposition grangerienne de la forme au contenu sont interprétées comme iconique pour la première, symbolique pour la seconde. L’hypothèse d’une fonction vicariante de l’échelle est alors introduite entre ces deux registres.</p> Philippe Boudon Copyright (c) 2023 Philippe Boudon https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 330 350 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.209352 Tracés de fondation à Rome https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/209350 <p>A la suite de l’ouvrage collectif publié par Marcel Detienne (1990), nous avons repris le thème des tracés de fondation, en particulier celui de la Rome antique, inaugurée par Romulus selon un rituel de fondation (Plutarque). C’est pour nous l’occasion de reprendre nos analyses des lieux et de les développer à partir d’une thématisation selon notre approche sémiotique au moyen d’une schématisation logico-topologique appelée templum. C’est à travers la notion de mythogramme que nous avons différencié cette approche : structure d’orientation d’un espace, actantialité associée à des types de rituel, planification d’un ordre urbain qui se retrouvera tout au long de l’histoire romaine. Ces trois schématisations corrélées – auxquelles il faudrait associer, de façon sous-jacente, la logique d’établissement des lieux développée dans notre livre précédent (2013) – permettent de caractériser l’idée d’une forme urbaine typique dans sa récurrence.</p> Pierre Boudon Copyright (c) 2023 Pierre Boudon https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 351 367 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.209350 Ciência e democracia. Semiótica em e para novos tempos https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/210389 Ivã Carlos Lopes Carolina Lindenberg Lemos Eliane Soares de Lima Adriana Elisa Inácio Copyright (c) 2023 Ivã Carlos Lopes, Carolina Lindenberg Lemos, Eliane Soares de Lima, Adriana Elisa Inácio https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-04-27 2023-04-27 19 1 i viii 10.11606/issn.1980-4016.esse.2023.210389