Marcas do fascismo nas traduções e tensionamentos da Semiosfera do Tribunal do Júri

Autores

  • Aline Duvoisin Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Thaís Leobeth Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2018.137736

Palavras-chave:

Semiosfera do Tribunal do Júri, Estruturalidade, Linguagem, Poder, Fascismo

Resumo

Este artigo visa entender como certas características fascistas, pensadas a nível micropolítico, permeiam as interações que ocorrem entre os diversos integrantes do Tribunal do Júri. Para isso, descreve-se interações semióticas que constituíram a Semiosfera do Tribunal do Júri em três sessões da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre, a fim de averiguar de que maneira essas características são traduzidas e tensionadas nas relações que se estabelecem entre o núcleo e a periferia dessa semiosfera. Metodologicamente partiu-se do critério de desterritorialização, com base em Gilles Deleuze e Félix Guattari, que resultou em uma pesquisa descritiva, conforme Cleber Cristiano Pradanov e Ernani Cesar de Freitas, cuja obtenção de dados se deu através do método observacional de Antonio Carlos Gil. A análise se baseia em conceitos da Semiótica da Cultura, principalmente através de Iúri Lotman e Irene Machado, no que diz respeito às codificações presentes em diversos âmbitos da cultura. Recorre-se também a reflexões de Umberto Eco, no que toca aos diferentes tipos de fascismo, e Roland Barthes, no que se refere aos aspectos políticos e fascistas da linguagem. Busca-se ainda – com Deleuze, Guattari e Michel Foucault – explorar as relações entre fascismo e poder. O enfoque do trabalho se direciona para uma leitura das traduções e dos tensionamentos ocorridos nos referidos julgamentos. Problematizam-se as dinâmicas estabelecidas entre os integrantes do Tribunal do Júri a partir da estruturalidade da linguagem, percebendo uma forte disputa de poder que se manifesta através das características fascistas que as permeiam. Nota-se que as ações micropolíticas contra o poder esbarram no alto grau de codificação e descrição da semiosfera, que estabelece uma fronteira praticamente intransponível entre núcleo e periferia. Isso revela que o nível micropolítico tende a reproduzir o que se estabelece macropoliticamente.

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Biografia do Autor

  • Aline Duvoisin, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Mestranda em Comunicação e Informação e bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela UFRGS. Interessa-se principalmente por temas relacionados a estéticas audiovisuais, semiótica, imaginário, pós-modernidade e América Latina. Atualmente desenvolve pesquisa sobre as influências de imagens técnicas e simbólicas da publicidade audiovisual no surgimento de novas propostas estéticas cinematográficas durante as duas últimas décadas do século XX na Argentina, bem como suas relações com a noção de pós-modernidade no contexto latino-americano da época. Tem experiência na área de comunicação com ênfase em produção de conteúdo para mídias digitais.

  • Thaís Leobeth, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) - (2012-2015); Bolsista da Capes; Integrante do Grupo de Pesquisa Unbral Fronteiras (UFRGS), do Projeto Mídia e Fronteiras - Cartografia dos Estudos no Brasil e do Projeto de Extensão Em dia com a Pesquisa (UFRGS); Técnica em Secretariado pelo Instituto Federal Farroupilha - Campus São Vicente do Sul (2010-2011); Técnica em Zootecnia pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de São Vicente do Sul (2005-2007). Tem experiência na área de Comunicação através de participação em projetos de pesquisa e extensão e atuação em produção jornalística. Tem interesse especial por estudos voltados à compreensão de fenômenos midiáticos das regiões de fronteiras nacionais do Brasil, relações sócio-culturais que caracterizam esses espaços e representação do agronegócio na mídia.

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Publicado

2018-12-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Marcas do fascismo nas traduções e tensionamentos da Semiosfera do Tribunal do Júri. (2018). Estudos Semióticos, 14(3), 98-111. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2018.137736