O observador cognitivo e a adaptação fílmica do espaço

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.178686

Palavras-chave:

Semiótica discursiva, Audiovisual, Linguagem fílmica, Adaptação fílmica, Cinema e semiose proxêmico-gestual, Paranoid Park (filme)

Resumo

Em nossa análise da adaptação fílmica de uma cena do romance Paranoid Park, são discutidos e explorados três conceitos da semiótica discursiva: a existência, em todo tipo de texto, verbal e não verbal, de um observador / informante, elaborado a partir de dimensões cognitivas, pragmáticas e tímicas do discurso; a modalização cognitiva do espaço, executada pelo observador/informante que gera contratos fiduciários entre o observador e o que denominaremos enunciatário-observatário; e o plano fílmico, entendido como cifra tensiva proxêmico-gestual, capaz de tonalidade própria, construída a partir da composição de plasticidades, movimentos e tomadas de distância do observado. Dessa forma, os conteúdos plásticos e cinemáticos do cinema serão vistos tanto como texto audiovisual, assim como texto proxêmico-gestual tensivo e corporificado, capazes de gestos lúdicos e estéticos. A cena analisada, que narra o fato desencadeador da narrativa, e que denominamos, a partir da semiótica tensiva, acontecimento, revela que o observador utiliza duas estratégias diferentes de enunciação do espaço, imprimindo diferentes andamentos ao discurso. A primeira parte da sequência será pragmática e intensa, relacionada à ação e ao espaço exterior; a segunda será tímica e mais intensa, relacionada à emoção, ao sensível, e ao espaço interior.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Edison Gomes Junior, Universidade do Estado de Mato Grosso

    Docente da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), MT, Brasil.

Referências

AUMONT, Jacques. El rostro en el cine. Barcelona, Buenos Aires, México: Paidós, 1998.

AUMONT, Jacques. A estética do filme: Jacques Aumont e outros. Trad. Marina Appenzeller. 4 edição. São Paulo: Papirus Editora, 2006.

BONITZER, Pascal. Le champ aveugle: essais sur le cinema. Paris: Gallimard (Col. Jean Narboni: Cahiers du cinéma), 1982.

BORDWELL, David; THOMPSON, Kristin. A arte no cinema: uma introdução. Trad. Roberta Gregoli. São Paulo. Editora Unicamp, 2013.

DELEUZE, Gilles. Cinema 1: a imagem em movimento. Trad. Stella Senra. São Paulo: Editora 34, 2018.

FIORIN, José Luiz. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. Rio de Janeiro: Editora Ática, 2002.

FONTANILLE, Jacques. Les espaces subjectives : introduction à la sémiotique de l’observateur. Hachette, 1989.

GREIMAS, Algirdas Julian. Du sens: essais sémiotiques. Paris: Editions de Seuil, 1970.

GREIMAS, Algirdas Julian; COURTÉS, Joseph. Dicionário de semiótica. São Paulo: Editora Contexto, 2011.

PARANOIA. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/paranoia-2/>. Acesso em: 22 nov. 2020.

TATIT, Luiz. Hjelmslev e as Bases Tensivas do Semi-simbolismo. São Paulo: Editora do CPS, 2007.

TATIT, Luiz. Claude Zilberberg e a prosodização da semiótica, Actes Sémiotiques [En ligne]. 2020, n° 123. Disponível em: https://www.unilim.fr/actes-semiotiques/6466. Acesso em: 28 nov. 2020.

VAN SANT, Gus. Paranoid Park (filme). 2007.

ZILBERBERG, Claude. Elementos de semiótica tensiva. Trad. Ivã Carlos Lopes, Luiz Tatit e Waldir Beividas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011.

Downloads

Publicado

2021-04-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O observador cognitivo e a adaptação fílmica do espaço. (2021). Estudos Semióticos, 17(1), 158-180. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.178686