Fotografia contemporânea e intersemioticidade

Autores

  • Daniela Nery Bracchi Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2011.35249

Palavras-chave:

fotografia, intersemioticidade, enunciação

Resumo

O objetivo deste artigo é investigar as relações entre o sistema fotográfico e o pictórico que são tecidas no trabalho de fotógrafos contemporâneos como Miguel Rio Branco. Desde seu surgimento, a fotografia é colocada em diálogo com outros meios visuais, principalmente o pictórico. Do ponto de vista técnico até o semiótico, essas imagens foram compreendidas inicialmente em termos de unicidade e semelhanças estéticas com a pintura, tornando o desfocado uma marca do estilo pictorialista na fotografia. Nos anos 1920, uma quebra se impõe e fotógrafos, como o americano Man Ray, passam a experimentar as potencialidades expressivas da linguagem fotográfica. Tais ações abrem espaço para o surgimento, na década de 1960, da fotografia contemporânea. Explorando o diálogo entre sistemas visuais, o trabalho de artistas como Miguel Rio Branco move nossa investigação sobre a intersemioticidade na fotografia contemporânea. Enquanto possibilidades expressivas próprias da fotografia, como, por exemplo, o corte fotográfico, aparecem nessas imagens, também convivem explorações características do sistema pictórico. Miguel Rio Branco se apropria do cromatismo para perfazer esse diálogo entre sistemas visuais que aqui é analisado tomando como exemplo um díptico construído pelo fotógrafo. O que está em jogo são estratégias enunciativas que nos convidam a relacionar a fotografia com um repertório iconográfico e apreender, nas fotografias, um modo de construir a mensagem visual que ultrapassa essa linguagem.

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Publicado

2011-12-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Fotografia contemporânea e intersemioticidade. (2011). Estudos Semióticos, 7(2), 44-51. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2011.35249