Capitu entre dois enigmas: veridicção e fidúcia

Autores

  • Mariza Bianconcini Teixeira Mendes Universidade Estadual Paulista J. M. Filho; Grupos de pesquisa CASA e GESCom

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2011.35263

Palavras-chave:

Dom Casmurro, veridicção, fidúcia, figuratividade, dimensão retórica do discurso literário

Resumo

A proposta deste trabalho é retomar Dom Casmurro, o mais enigmático dos romances de Machado de Assis, para estudar as características da veridicção e da fidúcia na relação epistêmica tanto entre enunciador e enunciatário do discurso, como entre os atores do enunciado, Bentinho/Bento e Capitu/Capitolina. Essa relação é intermediada, no discurso literário em estudo, pelo ponto de vista subjetivo do ator narrador Dom Casmurro, disposto a rememorar, em nova situação de tempo-espaço, as ações e reações de sua vida amorosa e conjugal. Seu objetivo era desvendar e entender os principais mistérios que envolveram seus ímpetos passionais. Tal procedimento enunciativo faz desse romance um objeto especial de análise semiótica do contrato fiduciário. Greimas, criador da semiótica francesa (1983, 1987), Fontanille (1999) e Bertrand (2003) formam a base teórica desta análise, que procura a intersecção entre veridicção, fidúcia, ponto de vista, retórica e figuratividade das paixões no discurso literário. Para tanto, foram selecionadas duas figuras discursivas – “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” e “olhos de ressaca” – que a teoria semiótica considera como conectores de isotopias, ou seja, responsáveis pela cadeia semântica e pela dimensão retórica do discurso. A hipótese a ser confirmada é que essas figuras dão suporte, no nível do discurso, aos sentidos das relações fiduciárias em análise.

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Publicado

2011-06-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Capitu entre dois enigmas: veridicção e fidúcia. (2011). Estudos Semióticos, 7(1), 56-67. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2011.35263