Cronopoiese e cronotrofia na história em quadrinhos

Autores

  • Jean Cristtus Portela Universidade Estadual Paulista J. M. Filho
  • Carolina Tomasi Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2012.49508

Palavras-chave:

tensividade, missividade, narrativa

Resumo

Neste artigo, propomos uma reflexão sobre as “paradas” nas narrativas, definidas pelo fechamento do
espaço e pela espera no tempo (cronopoiese), e sobre as “paradas da parada” nas narrativas, definidas pela
abertura do espaço e pelo repouso no tempo (cronotrofia). Na proposta de Claude Zilberberg sobre o fazer
missivo, o fazer profundo que rege o devir das narrativas, a temporalidade e a espacialidade relacionam-se com
as categorias fechamento e abertura. Os termos cronopoiese e cronotrofia, cunhados por Zilberberg a partir
de radicais gregos, têm em comum etimologicamente “khrónos”, o “tempo”. O primeiro termo vem acrescido
de “poiêsis”, “criação”; o segundo vem acompanhado de “trophê”, o “alimentar”, o “desenvolver-se”. O fazer
remissivo, portador das paradas, é cronopoiético (a temporalidade expectante, isto é, que cria o tempo da espera)
e fechado espacialmente. Já o fazer emissivo, portador das paradas da parada, é cronotrófico (a temporalidade
“originante”, pois “alimentada”, que cria o tempo passante) e aberto espacialmente. Nossa reflexão sobre
cronopoiese e cronotrofia tem como objetivo verificar se, em narrativas verbovisuais, mais especificamente em
HQs, essas operações temporais da missividade necessariamente correspondem, respectivamente, a fechamentos
e a aberturas espaciais, como prevê o modelo desenvolvido por C. Zilberberg.

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Publicado

2012-12-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Cronopoiese e cronotrofia na história em quadrinhos. (2012). Estudos Semióticos, 8(2), 21-27. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2012.49508