O contágio na semiótica brasileira: uma questão semio-historiográfica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.181583

Palavras-chave:

Semiótica brasileira, Semio-historiografia, Sensível, Contágio

Resumo

Neste trabalho, buscamos entender o conceito de “sensível”, mais especificamente a questão do contágio, na semiótica, pela abordagem semio-historiográfica (SANTOS, 2020), contextualizando, primeiramente, sua emergência. Depois, nos estudos de semioticistas franceses e brasileiros, recuperados por meio dos grupos de especialidades de semiótica - institucionalizados em diferentes universidades do território internacional e brasileiro - segundo as ideias de Murray (1994, 1998) e de Moreira (2019). Esses grupos de especialidades, compreendidos nos períodos que chamamos de greimasiano e pós-greimasiano, são a recepção da teoria semiótica francesa a partir do discurso fundador encontrado nos trabalhos de A. J. Greimas e a sua continuidade com seus colaboradores, sobretudo nos trabalhos de Fontanille, Landowski e Zilberberg. Aliando os princípios semiótico-historiográficos definidos por Portela (2018), Koerner (1996, 2014), Swiggers (2009, 2015), Moreira (2019), Santos (2020) e Auroux (2008) ao conceito de “sensível” em sua rede conceitual, investigamos na recepção brasileira, em que medida o contágio aparece na retórica e/ou na imanência dos trabalhos analisados. Por fim, a partir dessas primeiras reflexões, conseguimos definir provisoriamente o lugar histórico-epistemológico que o sensível (contágio) ocupa na semiótica brasileira, para explorar não apenas as continuidades teórico-metodológicas, mas também as rupturas existentes.

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Biografia do Autor

  • Patricia Veronica Moreira, Universidade Estadual Paulista

    Pós-doutoranda em Linguística e Língua Portuguesa/Unesp (Capes/Print). Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP.

  • Jean Cristtus Portela, Universidade Estadual Paulista

    Docente do Departamento de Linguística e do Programa  de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP), câmpus de Araraquara, SP, Brasil. 

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Publicado

2021-04-15

Edição

Seção

Dossiê GT de Semiótica da Anpoll

Como Citar

O contágio na semiótica brasileira: uma questão semio-historiográfica. (2021). Estudos Semióticos, 17(1), 37-54. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.181583