O observador cognitivo e a adaptação fílmica do espaço
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.178686Palavras-chave:
Semiótica discursiva, Audiovisual, Linguagem fílmica, Adaptação fílmica, Cinema e semiose proxêmico-gestual, Paranoid Park (filme)Resumo
Em nossa análise da adaptação fílmica de uma cena do romance Paranoid Park, são discutidos e explorados três conceitos da semiótica discursiva: a existência, em todo tipo de texto, verbal e não verbal, de um observador / informante, elaborado a partir de dimensões cognitivas, pragmáticas e tímicas do discurso; a modalização cognitiva do espaço, executada pelo observador/informante que gera contratos fiduciários entre o observador e o que denominaremos enunciatário-observatário; e o plano fílmico, entendido como cifra tensiva proxêmico-gestual, capaz de tonalidade própria, construída a partir da composição de plasticidades, movimentos e tomadas de distância do observado. Dessa forma, os conteúdos plásticos e cinemáticos do cinema serão vistos tanto como texto audiovisual, assim como texto proxêmico-gestual tensivo e corporificado, capazes de gestos lúdicos e estéticos. A cena analisada, que narra o fato desencadeador da narrativa, e que denominamos, a partir da semiótica tensiva, acontecimento, revela que o observador utiliza duas estratégias diferentes de enunciação do espaço, imprimindo diferentes andamentos ao discurso. A primeira parte da sequência será pragmática e intensa, relacionada à ação e ao espaço exterior; a segunda será tímica e mais intensa, relacionada à emoção, ao sensível, e ao espaço interior.
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