Band in a Girl: devir-mulher nas timbragens do rock independente brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.183864

Palavras-chave:

Timbre, Afeto, Comunicação, Rock independente, Feminismo

Resumo

Este texto deriva da pesquisa O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica, na qual objetivamos entender como o timbre, na música, é capaz de se comunicar através de processos afetivos, sendo compreendido como forças, intensidades, sensações que podem tanto ser potencialidades quanto a ação de um corpo sobre outro. Em particular, pretendemos refletir aqui sobre como questões referentes ao feminino e o feminismo afetam e são afetadas pelos processos de singularização de timbragens no gênero em questão. Mapeamos a obra de musicistas inseridas no circuito do rock independente brasileiro contemporâneo (2015-2020), a partir da observação de shows ao vivo, registros fonográficos e entrevistas semiestruturadas que realizamos com as artistas, passando por questões econômicas, políticas, estéticas e afetivas da música. Apoiados na filosofia da diferença de Deleuze e Guattari, reconhecemos, em seus depoimentos e na sonoridade de suas composições, um devir-mulher que se expressa nas timbragens e que rompe com normatividades de gênero. Melhor do que isso, as musicistas compõem com os equipamentos musicais uma máquina desejante que se expressa afetivamente através de timbragens singulares.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marcelo Bergamin Conter, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

    Docente do Curso Superior de Tecnologia em Produção Multimídia no Instituto Federal de Educação, CiênciaeTecnologia do Rio Grande do Sul(IFRS), campus Alvorada, RS, Brasil.

  • Juliana Henriques Kolmar, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

    Bolsista PIBIC-EM CNPq (Edital IFRS 26/2020) e estudante do Curso Técnico em Produção de Áudio e Vídeono Instituto Federal deEducação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul(IFRS), campus Alvorada, RS, Brasil.

  • Ingrid Cristina Pontes Luz, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

    Bolsista de fomento interno do IFRS (Edital 77/2017) e estudante do Curso Técnico em Produção de Áudioe Vídeono Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grandedo Sul(IFRS), campus Alvorada, RS, Brasil.

  • Gabriel Fagundes Gularte, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

    Bolsista PIBIC-EM CNPq (Edital IFRS 26/2020) e estudante do Curso Técnico em Produção de Áudio e Vídeono Instituto Federal deEducação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul(IFRS), campus Alvorada, RS, Brasil.

Referências

AVELLAR, Maria Joana Chagas de. Depoimento. Porto Alegre, setembro, 2018. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (54 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

BARTH, Julia. Depoimento. Alvorada, IFRS, out. 2018. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (51 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

BENNETT, Samantha. Time-based signal processing and shape in alternative rock recordings. IASPM jornal, v. 6, no. 2, 2016.

BLAKE, David K. Timbre as differentiation in indie music. In: Music theory online, vol. 18, n. 2, 2012. Disponível em: http://mtosmt.org/issues/mto.12.18.2/mto.12.18.2.blake.php. Acesso em: 2 jan. 2018.

BOMM, Angélica; NUNES, Caroline Govari. O feminino retratado na cena brasileira de rock'n'roll: um estudo de gênero. I Congresso Internacional de Estudos do Rock. Anais. Paraná, 2013.

BOREGAS, Carla. Depoimento. Porto Alegre, Bar Agulha, nov. 2019. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (48 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

CASTANHEIRA, José Cláudio Siqueira. Studio sounds: digital tools and technocolonialism. In: CÁRDENAS (org.). Border-listening/Escucha liminal. Radical Sounds Latin America in 2020 Berlim. Vol. 1, 2020, p. 107-119. Disponível em: https://radicalsoundslatinamerica.com/2020/11/24/border-listening-escucha-liminal-vol-1-2020/. Acesso em: 30 mar. 2021.

CONTER, Marcelo Bergamin. LO-FI – Música pop em baixa definição. Curitiba: Appris, 2016.

DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 2007.

DELEUZE, Gilles. Spinoza e as três éticas. In: DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. Tradução de Peter Pál Pelbart. 2. ed. São Paulo: 34, 2011. p. 177-193.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 5. São Paulo: 34, 2008.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. São Paulo: 34, 2011.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 4. São Paulo: 34, 2012.

ESPINOSA, Benedictus de. Ética. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

FINK, Robert; LATOUR, Melinda; WALLMARK, Zachary (org.). The relentless pursuit of tone: timbre in popular music. Nova York: Oxford University Press, 2018. p. 1-17

FONAROW, Wendy. Empire of dirt: The aesthetics and rituals of British indie music. Middletown: Wesleyan University Press, 2006.

GARLAND, Shannon. Exigimos o amor: a música como articuladora de afetos políticos. In: CASTANHEIRA, José Cláudio Siqueira et al. (org.). Poderes do som: políticas, escutas e identidades, Florianópolis: Insular, 2020. p. 127-152.

GELAIN, Gabriela; AMARAL, Adriana. Girls Rock Camps no Brasil: continuidade subcultural e presença Riot Grrrl. IS working papers 3.ª Série, N.º 58. Porto: Universidade do Porto, 2017. p. 1-23. Disponível em: https://isociologia.up.pt/sites/default/files/working-papers/WP%2058.pdf. Acesso em: 30 mar. 2021.

GORDON, Kim. Girl in a band. A Memoir. London: Faber & Faber, 2015.

GUIGUE, Didier. Estética da sonoridade: a herança de Debussy na música para piano do século XX. João Pessoa: Ed. UFPB, 2011.

JANOTTI Jr., Jeder. Femininos Metálicos. In: JANOTTI Jr., Jeder. Rock me like the devil: a assinatura das cenas musicais e das identidades musicais e das identidades metálicas. Recife: Livrinho de papel finíssimo, 2014. p. 111-122.

MACHADO, Irene. Escola de semiótica: a experiência de Tártu-Moscou para o estudo da cultura. São Paulo: Ateliê, 2003.

MARANTES, Desirée. Webconferência, Canoas, mai. 2020. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (78 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

MARCONDES FILHO, Ciro. O escavador de silêncios: formas de construir e de desconstruir sentidos na comunicação – Nova teoria da comunicação II. São Paulo: Paulus, 2004.

MAZER, D. et al. O estudo das sonoridades: perspectivas teóricas e epistemológicas. In: CASTANHEIRA, José Cláudio Siqueira et al. (org.). Poderes do som: políticas, escutas e identidades. Florianópolis: Insular, 2020, p. 13-50.

MEDICI, Júlia; CASTRO, Clariana; MONTEIRO, Tiago. O futuro é feminino: o empoderamento feminino por meio da música. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Curitiba - PR, 2017. Anais. Disponível em: https://portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-2270-1.pdf.

MY MAGICAL GLOWING LENS. Cosmos. Espírito Santo. Honey Bomb Records / Subtrópico / PWR Records, 2017. 39min.

OAKES, Kaya. We're gonna have to be the band: Olympia, Riot Grrrl, and the Great Independence. In: Slanted and enchanted: the evolution of indie culture. Nova York: Holt Paperbacks, 2009, p. 136-153.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. Tradução de José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Perspectiva, 2017.

PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 1987.

POLIVANOV, Beatriz; HENN, Ronaldo; PILZ, Jonas; MEDEIROS, Beatriz. Apanhador (não tão) só: Acontecimento em rede e as afetações de uma ruptura de coerência expressiva. Revista ECO-Pós, vol. 23, n. 1. Rio de Janeiro, 2020. p. 535-560. Disponível em: https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27551. Acesso em: 30 mar. 2021.

REQUIÃO, Luciana. Mulheres musicistas e suas narrativas sobre o trabalho: um retrato do trabalho no Rio de Janeiro na virada do século XX ao XXI. Revista ECO-Pós, vol. 23, n. 1. Rio de Janeiro, 2020. p. 535-560. Disponível em: https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27436. Acesso em: 30 mar. 2021.

REYNOLDS, Simon. Beat Happening: Beat Happening. In: REYNOLDS, Simon. Bring the noise: 20 years of writing about hip rock and hip hop. Sof Skull: Berkeley, 2011.

RODRIGUES, Letícia. Depoimento. Alvorada, IFRS, out. 2018. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (51 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

SHANK, Barry. The political force of musical beauty. Durham/ Londres: Duke University Press, 2014. 330p.

SHIMODA, Lucas Takeo. Timbre em semiótica da canção: retrospectivas e perspectivas. Revista brasileira de estudos da canção. Natal, n.4, jul-dez 2013.

SILVA, A. R.; ARAUJO, A. C.; PEREIRA, D. R. A comunicação como semiogênese: do díspar ao signo.

Revista Trilhos. v. 1, n. 1, 2020.

STEPHENS, Vincent Lamar. Queering the textures of rock and roll history. Tese (Doutorado) – Faculty of the Graduate School of the University of Maryland, College Park, 2005. 478p.

TATIT, Luiz. O cancionista: composição de canções no Brasil. São Paulo: Edusp, 2002.

TERRA, Gabriela. Porto Alegre, jun. 2018. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (44 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

THOMPSON, Marie. Gossips, Sirens, Hi-Fi Wives: Feminizing the Threat of Noise. In: GODDARD, Michael; HALLIGAN, Benjamin; SPELMAN, Nicola (org.). Resonances: noise and contemporary music. Norfolk: Bloomsbury, 2013. p. 297-311.

VILELA, Bruna. Webconferência, Canoas, mai. 2020. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (59 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

WAKSMAN, Steve. Instruments of desire: the electric guitar and the shaping of musical experience. Cambridge/Londres: Harvard University Press, 1999.

WINTER, Samira. Porto Alegre, jun. 2018. Entrevistador: Marcelo Bergamin Conter. Arquivo digital de áudio (44 min). Entrevista concedida ao Projeto O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica.

WINTER. Ethereality. Los Angeles: Everything Blue Records, 2018. 40min.

ZOURABICHVILI, François. Encontro, signo, afeto. In: ZOURABICHVILI, François. Deleuze: uma filosofia do acontecimento. Tradução: Luiz. B. L. Orlandi. São Paulo: 34, 2020.

Downloads

Publicado

2021-12-20

Como Citar

Band in a Girl: devir-mulher nas timbragens do rock independente brasileiro. (2021). Estudos Semióticos, 17(3), 233-249. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.183864