Semiótica e cultura: campos do conhecimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.184016

Palavras-chave:

Cultura, Campo, Práxis enunciativa, Éthos

Resumo

Neste ensaio examinaremos campos do conhecimento, concebidos como articulações semióticas da cultura. Partindo de pressupostos relativos à definição de campo apresentada por Bakhtin (2003), atentaremos para as articulações semióticas internas ao próprio campo – do que despontará o cotejo entre a literatura e a historiografia. Reinterpretado, o conceito de campo remeterá a condições de produção de uma semiose alargada para além dos limites de cada texto, sem que o texto seja descartado como unidade de análise. As condições de produção textual serão observadas conforme a vinculação delas a determinada práxis enunciativa (Bertrand, 1993), e conforme o entendimento de que a cada campo corresponde um modo estável de mobilizar a estesia da linguagem. Tal estabilidade favorecerá a depreensão do éthos da literatura e do éthos da historiografia, concebidos cada qual como determinada hexis corporal (Fontanille, 2008).

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Biografia do Autor

  • Norma Discini, Universidade de São Paulo
    Docente do Programa de Pós-graduação em Semiótica e Linguística geral da Universidade de São Paulo (USP).

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Publicado

2021-08-13

Como Citar

Semiótica e cultura: campos do conhecimento. (2021). Estudos Semióticos, 17(2), 21-43. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.184016