Um sujeito da percepção: análise do poema “Véspera”, de Paulo Henriques Britto

Autores

  • Dayane Celestino de Almeida Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2011.35259

Palavras-chave:

descrição, percepção, rotina

Resumo

O trabalho que apresentamos tem por objetivo analisar o poema “Véspera”, do poeta brasileiro contemporâneo Paulo Henriques Britto, sob a perspectiva da semiótica francesa. Tal poema foi publicado em 2003 no livro Macau. O texto descreve uma cena noturna, dentro de uma casa. Uma rápida leitura basta para percebermos que estamos diante de um texto predominantemente descritivo. Segundo Bertrand (2003), o que é visado em uma descrição é opercurso figurativo da percepção. Dessa forma, procuramos mostrar como se dá a relação entre a descrição e a percepção e de que modo essas noções atuam na actorialização do sujeito no poema em questão. Uma isotopia da demora e da espera também contribui para fazer emergir esse sujeito-ator que vê e espera. Ressaltamos ainda a existência de um actante observador: de toda a cena retratada, nós só conhecemos o que foi filtrado por esse observador e é a nós revelado por quem narra. Num segundo momento, seguindo as formulações de Zilberberg (2006c), procuramos mostrar que o poema é da ordem da rotina (contrária ao acontecimento). Segundo Zilberberg (2006c, p. 161), quando há rotina, estamos diante de um sujeito da percepção. Nossa análise pretende, assim, mostrar que em “Véspera” existe um sujeito da percepção (e não um sujeito do fazer).

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Publicado

2011-06-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Um sujeito da percepção: análise do poema “Véspera”, de Paulo Henriques Britto. (2011). Estudos Semióticos, 7(1), 23-30. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2011.35259