A primeira escolarização: a participação do professor na elaboração do contrato narcísico e na institucionalização da criança

Autores

  • Véronique Kannengiesser Université de Picardie Jules Verne

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i3p458-470

Palavras-chave:

Primeira escolarização, Institucionalização, Contrato narcísico, Clínica, Psicanálise

Resumo

O presente artigo aborda alguns processos psíquicos em ação durante o estabelecimento do laço entre a criança e o grupo social no momento de sua entrada na escola maternal. Nessa direção, cabe destacar a compreensão desenvolvida, a forma de reflexão estabelecida para estudo dos elementos abordados, a saber, como se enodam os sujeitos, grupos e instituições. Esses três elementos são analisados a partir da abordagem clínica de orientação psicanalítica em ciências da educação. A partir dessa perspectiva, observa-se que a institucionalização da criança não visa somente a produzir um aluno para o qual são transmitidos os saberes instituídos, mas também um cidadão participante da dialética instituinte/instituído dentro da instituição, contribuindo, assim, de um ponto de vista psíquico inconsciente, para o estabelecimento do contrato narcísico, o qual liga o sujeito ao grupo. Este trabalho fornece alguns elementos que auxiliam na descrição e análise de uma situação observada em uma escola de classe de pequena seção da escola maternal, com o objetivo de defender a ideia segundo a qual a institucionalização é um processo no qual participam a criança (que se institucionaliza) e o professor que, pelo seu acompanhamento, ocupa um lugar de portavoz, ou seja, um papel principal na elaboração do vínculo entre a criança, a dinâmica institucional e o grupo social.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Véronique Kannengiesser, Université de Picardie Jules Verne

    Professora em Ciências da Educação e Formação, laboratorio CAREF (EA4697), Université de Picardie Jules Vernes, Amiens, França.

Referências

Aulagnier, P. (1975). La violence de l’interprétation: du pictogramme à l’énoncé. Paris: PUF.

Aulagnier, P. (1979). Les destins du plaisir: aliénation, amour, passion (3e éd.). Paris: Presses universitaires de France.

Ben Slama, F. (1989). La question du contre-transfert dans la recherche. In C. Revault d’Allonnes & al. (Orgs). La démarche clinique en sciences humaines (pp. 139–151). Paris: Dunod.

Blanchard-Laville, C. (2001). Les enseignants entre plaisir et souffrance. Paris: PUF.

Blanchard-Laville, C., Chaussecourte, P., Hatchuel, F., & Pechberty, B. (2005). Recherches cliniques d’orientation psychanalytique dans le champ de l’éducation et de la formation. Revue Française de Pédagogie, 151(1), 111–162.

Bourdieu, P. (1982). Les rites comme actes d’institution. Actes de la recherche en sciences sociales, 43, 58 63.

Castoriadis, C. (1990). Le monde morcelé. Paris: Seuil.

Castoriadis, C. (1999). L’institution imaginaire de la société, 1975. Paris: Seuil.

Castoriadis, C. (1997). Fait et à faire. Paris: Seuil.

Chaussecourte, P. (2014). Une observation clinique d’orientation psychanalytique des pratiques enseignantes. Recherches en Education, 19, 63–81.

Devereux, G. (2012). De l’angoisse à la méthode dans les sciences du comportement, 1967. Paris: Flammarion.

F. Dolto (1985). La cause des enfants. Paris: Librairie générale française, coll. Le livre de poche

Dorey, R. (1992). Le désir d’emprise. Discussion du rapport de Paul Denis sur “Emprise et théorie des pulsions.” Revue française de psychanalyse, 56, 1423–1432.

Garcion-Vautor, L. (2003). L’entrée dans l’étude à l’école maternelle: Le rôle des rituels du matin. Ethnologie française, 33, 141 148.

Gavarini, L. (2001). La passion de l’enfant: filiation, procréation et éducation à l’aube du XXIe siècle. Paris: Hachette littératures.

Gavarini, L. (2012). L’objet de la clinique d’orientation psychanalytique en institution. In Gilles Monceau (org.). L’analyse institutionnelle des pratiques. Une socio-clinique des tourments institutionnels au Brésil et en France. (p. 39 55). Paris: L’Harmattan.

Gavarini, L. (2013). Les approches cliniques d’orientation psychanalytique en Sciences de l’éducation: défense et illustration du “plein emploi de la subjectivité” et de la singularité dans la recherche. Symposium « Réflexion épistémologiques actuelles à propos des recherches cliniques d’orientation psychanalytique en sciences de l’éducation ». Congrès AREF: Université Montpellier 2.

Haag, M. (2002). A propos et à partir de l’oeuvre et de la personne d’Esther Bick. Volume 1: La méthode d’Esther Bick pour l’observation régulière et prolongée du tout-petit au sein de sa famille. Paris: Autoédition.

Haas, V., & Masson, E. (2006). La relation à l’autre comme condition à l’entretien. Les Cahiers Internationaux de Psychologie Sociale, 71, 77–88.

Legendre, P., & Legendre, P. (1985). L’inestimable objet de la transmission: étude sur le principe généalogique en Occident. Paris: Fayard.

Oury, F., & Pain, J. (1972). Chronique de l’école-caserne. Paris: F. Maspero.

Revault d’Allonnes, C. (1989). La démarche clinique en sciences humaines: Documents, méthodes, problèmes. Paris: Dunod.

Vincent, G. (2004). Recherches sur la socialisation démocratique. Lyon: Presses Univ. de Lyon.

Yelnik, C. (2005). L’entretien clinique de recherche en sciences de l’éducation. Recherche & formation, 5, 133-146.

Publicado

2019-12-30

Como Citar

A primeira escolarização: a participação do professor na elaboração do contrato narcísico e na institucionalização da criança. (2019). Estilos Da Clinica, 24(3), 458-470. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i3p458-470