Escola e laço fraterno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p362-376

Palavras-chave:

psicanálise, escolarização, escola republicana, democracia, pacto fraterno

Resumo

Este artigo recupera algumas das características civilizatórias que marcaram o advento das sociedades da modernidade democrática e destaca aquele que seria o traço distintivo da escola republicana. A identificação desse traço permite confrontar as reivindicações de movimentos que atualmente afirmam a prioridade da educação familiar sobre a educação escolar e interrogar alguns dos pressupostos dos ideólogos de uma “educação para a sociabilidade democrática”, que muitas vezes desconsideram que uma educação escolar comprometida com promoção da experiência democrática passa, antes de tudo, pela afirmação da escola como instituição implicada com a produção de uma filiação simbólica comum. É essa afirmação que nos permitirá vislumbrar, por fim, o limite da família no processo da transmissão simbólica que balizará o acontecimento de um sujeito interpelado na modernidade como indivíduo e como cidadão.

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Biografia do Autor

  • Luís Adriano Salles Souto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

    Psicanalista. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)/Université Paris 8. Psicólogo do CAPS Casa Aberta, Porto Alegre, RS, Brasil.

  • Simone Zanon Moschen, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

    Psicanalista. Professora Associada do Instituto de Psicologia e dos Programas de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura e em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Bolsista de Produtividade CNPq, Porto Alegre, RS, Brasil.

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Publicado

2020-12-28