O uso de robôs como mediadores na prática clínica psicanalítica com crianças autistas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p566-583

Palavras-chave:

psicanálise, autismo, robôs, clínica, objeto

Resumo

Nossa proposta, a partir da clínica psicanalítica, é demonstrar como o uso do robô, enquanto objeto tecnológico, poderá permitir à criança autista, no tratamento, maior interação e laço com o Outro. Fazemos uma aposta de que as intervenções mediadas pelo robô podem proporcionar um semblante das operações constitutivas do sujeito que não se realizaram. Considerando que os componentes da borda autística possibilitam ao sujeito enlaçar-se no meio social, destaca-se as possibilidades de 'alargamento' desta borda autística a partir de intervenções qualificadas com objeto. Assim, o uso do robô nas sessões torna as intervenções menos invasivas à criança permitindo certa regulação pulsional, favorecendo um caminho privilegiado de comunicação e intervenção, produzindo maior interação social.

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Biografia do Autor

  • Stéphanie Alves Furtado Badaró, Universidade Federal de São João Del Rei

    Graduanda em Psicologia na Universidade Federal de São João Del Rei, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), São João Del Rei, MG, Brasil.

  • Maria Gláucia Pires Calzavara, Universidade Federal de São João del Rei

    Professora Associada I do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São João Del Rei, São João Del Rei, MG, Brasil.

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Publicado

2021-12-18

Como Citar

Badaró, S. A. F., & Calzavara, M. G. P. (2021). O uso de robôs como mediadores na prática clínica psicanalítica com crianças autistas. Estilos Da Clinica, 26(3), 566-583. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p566-583