Fascismo digital e violência escolar: deformação subjetiva do neoliberalismo contemporâneo?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v29i3p359-377

Palavras-chave:

ataques escolares, fascismo digital, neoliberalismo

Resumo

Pretende-se neste artigo refletir como a estrutura econômica neoliberal e a ascensão do fascismo digital influenciam objetivamente os ataques às escolas. O neoliberalismo, com suas políticas de desigualdade social e precarização do trabalho, aliado a fatores tecnológicos, cria um ambiente propício para a radicalização de jovens vulneráveis. A propagação de discursos de ódio e extremismo nas plataformas digitais intensifica essa tendência formando um tripé fascismo digital, estrutura econômica neoliberal e atentados escolares. Com a crescente radicalização online e as culturas de ódio promovidas nas redes sociais, observa-se um aumento preocupante na última década de atos violentos em ambientes escolares. As novas tecnologias têm sido um arsenal de produção de conflitos permanentes, por meio das contradições de seu objeto e sua utilização, a agressão e os sintomas são legitimados e potencializados.

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Biografia do Autor

  • Marcelo Gonçalves Rodrigues, Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

    Psicanalista. Docente e supervisor clínico no curso de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Fundação Educacional de Penápolis (FAFIPE/FUNEPE), Penápolis, SP, Brasil.

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Publicado

2024-12-16

Como Citar

Rodrigues, M. G. . (2024). Fascismo digital e violência escolar: deformação subjetiva do neoliberalismo contemporâneo?. Estilos Da Clinica, 29(3), 359-377. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v29i3p359-377