Fenômenos primitivos no campo analítico

construção de uma clínica com pais e bebês

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p488-500

Palavras-chave:

clínica psicanalítica, relação pais-bebê, intesubjetividade, identificação projetiva

Resumo

O artigo desenvolve reflexões sobre fenômenos primitivos experienciados no campo analítico, partindo de vinhetas clínicas e da observação de um bebê e seus pais. O que acontece no campo analítico é complexo, sobretudo nas terapias conjuntas pais-bebê, quando se trabalha simultaneamente com os mundos internos da mãe, do pai, do bebê e do analista. Como conceituar e fazer uso dos fenômenos primitivos advindos da interação intersubjetiva pais-bebê na clínica? Apresentam-se reflexões ancoradas em contribuições de Bion sobre a identificação projetiva e de outros autores sobre o enactment. Reconhecendo que as vivências corpóreas, primitivas são projetadas no contexto analítico, mesmo que não estruturadas como experiências simbólicas, defende-se que elas têm o potencial de auxiliar na construção do pensar da tríade pais-bebê-analista.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marisa Sampaio, Universidade Católica de Pernambuco

    Docente da Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Universidade Católica de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.

  • Maria do Carmo Camarotti, Faculdade Frassinetti

    Psicanalista, Coordenadora da Pós-Graduação em Clínica Psicanalítica com Bebês da Faculdade Frassinetti, Recife, PE, Brasil.

Referências

Bion, W. R. (1991). Ataques ao elo de ligação. In E. B. Spillius (Org.). Melanie Klein hoje: desenvolvimento da teoria e da técnica (V. 1., B. H. Mandelbaum, trad., pp. 95-109). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1959).

Bion, W. R. (1966). Os elementos da psicanálise. (Zahar Editores, trads.). Rio de Janeiro, RJ: Zahar Editores. (Trabalho original publicado em 1962).

Bion, W. R. (1973). Atenção e Interpretação. (C. H. P. Affonso, trad.). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1970).

Bonino, S. D., & Ball, K. (2013). From torment to hope: countertransference in parent-infant psychoanalytic psychotherapy. International Journal of Infant Observation and Its Applications, 16(1), 59-75. doi: https://doi.org/10.1080/13698036.2013.765661

Braconnier, A., & Golse, B. (2008). Nos bébés, nos ados. Paris: Odilon Jacob.

Camarotti, M. C., & Sampaio, M. A. (2017). Observação Bick: do setting clássico a uma aplicação terapêutica com um bebê de pais psicóticos. In E. Parlato-Oliveira, & D. Cohen, (Orgs.). O bebê e o outro: seu entorno e suas interações (pp. 219-232). São Paulo, SP: Instituto Langage.

Cassola, R. M. S. (2013). Afinal, o que é esse tal enactment? Jornal de Psicanálise, 46 (85), 183-198. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/jp/v46n85/v46n85a17.pdf

Cassola, R. M. S. (2016). O psicanalista, o teatro dos sonhos e a clínica do enactment. São Paulo, SP: Blucher.

Cavalheiro, R., & Silva, M. R. (2014). Enactment na clínica com crianças? Considerações sobre enactment de vida e enactment de morte. Revista Brasileira de Psicoterapia, 16(1), 43-52.

David, M. (1987). Souffrance du jeune enfant exposé à un état psychotique maternal. Dans: M. David, Prendre soin de l'enfance: Texte et commentaires recueillis par Marie-Laure Cadart (pp. 495-524). Toulouse, France: ERES. doi: https://doi.org/10.3917/eres.david.2014.01.0213

Golse, B. (2008). Du bébé observé au bébé soigné: la place de l'empathie. La psychiatrie de l'enfant, 51(2), 325-337. doi: 10.3917/psye.512.0325

Hochmann, J. (2012). Une histoire de l’empathie connaissance d’autrui, souci du prochain. Paris: Odilon Jacob.

Houzel, D. (2010). Infant observation and the receptive mind. International Journal of Infant Observation and Its Applications, 13(2), 119-133. doi: https://doi.org/10.1080/13698036.2010.487992

International Psychoanalytical Association. (2017). Enactment. IPA Inter-Regional Encyclopedic Dictionary of Psycho-Analysis, 109-128.

Lebovici (1994). Empathie et «enactment» dans le travail de contre-transfert. Revue Française de Psychanalyse, 58, 1551-1561. Recuperado de https://www.cairn.info/revue-francaise-de-psychanalyse-1994-5-page-1551.htm

Lisondo, A. B. D., Spessoto, L. B., & Mattos, L. T. L. (2007). O método de observação de bebês de Esther Bick: seu potencial diagnóstico e preventivo. Primeiro Encontro de Psicanálise de Crianças e Adolescentes da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. doi: https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v19i3.6

Mendes de Almeida, M. M. (2010). Do menino do carretel ao menino da ilha: desafios para o conceito de transferência e desdobramentos a partir da clínica dos estados primitivos da mente. Revista Brasileira de Psicanálise, 44(4), 59-66.

Ogden, T. H. (1982). Projective identification and psychotherapeutic technique. New York: Jason Aronson.

Ogden, T. H. (1996). Os sujeitos da psicanálise (C. Berliner, trad). São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.

Ogden, T. H. (2003). What’s true and whose idea was it? International Journal of Psychoanalysis, 84(3), 593–606. doi: https://doi.org/10.1516/HHJT-H54F-DQB5-422W

Ribeiro, M. F. R. (2016). Uma reflexão conceitual entre identificação projetiva e enactment. O analista implicado. Cadernos de Psicanálise, 38(35), 11-28. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952016000200001

Sapisochin, G. (2019). Enactment: Listening to psychic gestures. The International Journal of Psychoanalysis, 100(5), 877-897. doi: https://doi.org/10.1080/00207578.2019.1600372

Downloads

Publicado

2020-12-28

Como Citar

Fenômenos primitivos no campo analítico: construção de uma clínica com pais e bebês. (2020). Estilos Da Clinica, 25(3), 488-500. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p488-500