Intervenções psicanalíticas com famílias de crianças diagnosticadas com autismo

a escuta para o estranho

Autores

  • Maíra Lopes Almeida Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Psicologia
  • Anamaria Silva Neves Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i2p220-232

Palavras-chave:

Autismo, Infância, Família, Intervenção, Psicanálise

Resumo

Este trabalho discute a clínica com famílias de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A palavra “estranho”, recorrentemente usada para adjetivar essas crianças, propulsiona a discussão sobre o acolhimento do grupo familiar. Confrontados com esse “estranho” diariamente, o atendimento a famílias impõe questões à psicanálise. Neste trabalho, percorrem-se autores psicanalistas e apresentam-se evidências atuais sobre atendimentos psicanalíticos para crianças diagnosticadas com TEA e suas famílias. A psicanálise constitui dispositivo de escuta primordial para acolher o “estranho” e propicia novos significados e possibilidades de encontro entre os sujeitos enredados nesse dilema.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Maíra Lopes Almeida, Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Psicologia

    Psicóloga clínica. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.

  • Anamaria Silva Neves, Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Psicologia

    Professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia - MG, Brasil.               

Referências

Almeida, M. L. (2017). A escuta da família frente ao diagnóstico de autismo da criança - um estudo psicanalítico (Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade Federal de Uberlândia). Recuperado de https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19254/1/EscutaFamiliaFrente.pdf

Almeida, M. L., & Neves, A. S. (2017). A possibilidade clínica do ritmo: uma trajetória com uma criança autista. Estilos da Clínica, 22(3), 442-454. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v22i3p442-454

Araújo, C. A. S. de. (2004). A perspectiva winnicottiana sobre o autismo no caso de Vitor. Psychê, 8(13), 43-60.

American Psychiatry Association. (2013). DSM-V. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.

Araújo, G. X, Mrech, L. M., Saboia, C, Siqueira, T., Nezan, M., Costa, R. A., . . . Soares, M. B. (2013, 7 de abril). Panorama das questões envolvendo psicanálise e autismo na França [blog]. Recuperado de https://psicanaliseautismoesaudepublica.wordpress.com/2013/04/07/panoramadas-questoesenvolvendo-psicanalise-e-autismo-na-franca/.

Batistelli, F. M. V., Amorim, M. L. G., Lisondo, A. B. D., Silva, M. C. P., França, M. T. B., Mendes de Almeida, M., . . . Coimbra, R. E. L. (2014). Atendimento psicanalítico do autismo. São Paulo, SP: Zagodoni.

Calzavara, M. G. P. (2013). Anna Freud e Melanie Klein: o sintoma como adaptação ou solução? Tempo Psicanalítico, 45(2), 323-338. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382013000200006

Cavalcanti, A. E. (2000). Novas narrativas para os autismos: algumas contribuições de Winnicott para uma teoria e clínica dos autismos. Estilos da Clínica, 5(8), 38-48. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v5i8p38-48

Corso, D. M. L. (1998). A invenção da criança na psicanálise: de Sigmund Freud a

Melanie Klein. Estilos da Clínica, 3(5), 104-114. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v3i5p104-114

Crespin, G. (2015). Como trabalha um psicanalista com uma criança autista sem linguagem? In M.C. Kupfer & M. Szejer (Orgs.), Luzes sobre a clínica e o desenvolvimento de bebês: novas pesquisas, saberes e intervenções (pp. 387-410). São Paulo, SP: Instituto Langage.

Delion, P. (2015). Autismo e parentalidade. Estilos da Clínica, 20(1), 15-26. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i1p15-26

Dolto, F. (2004). Prefácio. In M. Mannoni, Primeira entrevista em psicanálise (R.C. de Lacerda, trad., pp.7-34). Rio de Janeiro, RJ: Campus. (Trabalho original publicado em 1965).

Dolto, F. (2005). A causa das crianças (I. Storniolo & Y.M. Silva, trad.). São Paulo, SP: Ideias & Letras. (Trabalho original publicado em 1985).

Estado de São Paulo (2012) Convocação Pública 001/2012. Edital de Convocação para Credenciamento de Instituições Especializadas em Atendimento a Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), para eventual celebração de contrato ou convênio. Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOSP) – Executivo – Caderno 1 – de 10 de outubro de 2012. Recuperado em 05 de abril de 2016 de: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/41312249/dosp-executivo-caderno-1-10-10-2012-pg-111.

Faria, M. R. (2003). Constituição do sujeito e estrutura familiar. São Paulo, SP: Cabral Editora e Livraria Universitária.

Fávero-Nunes, M. A. & Gomes, I. C. (2009). Transtorno autístico e a consulta terapêutica do casal. Psico, 40(3), 346-353. Recuperado de https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5161521.pdf.

Freud, S. (2015). Análise de uma fobia em um menino de cinco anos. In S. Freud, O delírio e os sonhos da Gradiva, análise da fobia de um garoto de cinco anos e outros textos. (P. C. Souza, trad., pp. 123-283). São Paulo, SP: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1909).

Freud, S. (2006). À guisa de introdução ao Narcisismo. In S. Freud, Escritos sobre a psicologia do inconsciente (L. A. Hanns, trad., pp. 95-132). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1914).

Freud, S. (2006). Os caminhos da formação de sintomas. In S. Freud, Escritos sobre a psicologia do inconsciente (L.A. Hanns, trad. pp. 475-499). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1917).

Freud, S. (2010). O inquietante. In S. Freud, História de uma neurose infantil (‘O homem dos lobos’), Além do Princípio do prazer e outros textos. (P. C. Souza, trad., pp. 123-283). São Paulo: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1919).

Jerusalinsky, A. (2010). Considerações preliminares a todo tratamento possível do autismo. Psicologia e Argumento, 28(61), 121-125. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view/19695.

Jerusalinsky, A. (2015). Para um autista uma verdadeira inclusão acontece quando ele decide se incluir. In A. Jerusalinsky (Org.), Dossiê autismo (pp.252-275). São Paulo: Instituto Langage.

Klein, M. (1996). A importância da formação de símbolos no desenvolvimento do ego. In M. Klein, Amor, culpa e reparação e outros trabalhos (A. Cardoso, trad., pp 249-264). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1930).

Klein, M. (1991). A técnica psicanalítica através do brincar: sua história e significado. In M. Klein Inveja e gratidão e outros trabalhos (L. P. Chaves, trad., 149-168). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1955).

Klein, M. (2006). Algumas conclusões teóricas relativas à vida emocional do bebê. In Inveja e Gratidão e outros trabalhos (L. P. Chaves, trad., pp.85-118). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1952).

Lacan, J. (2009). O seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud, 1953-1953 (B. Milan, trad.). Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Lacan, J. (1988). O seminário, livro 3: as psicoses, 1955-1956 (A. Menezes, trad.) Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Ledoux, M. H. (1995). Introdução à obra de Françoise Dolto. In J-D. Nasio (Org.), Introdução às obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan (pp.203-258). Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Leiras, E. P. L. (de), Batistelli, F. M., & Antunes, M. (2014). Reflexões psicanalíticas sobre um caso com transtorno do espectro autista (TEA). Estilos da Clínica, 19(2), 277-293. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v19i2p277-293.

López, R. M. M., & Sarti, C. (2013). Eles vão ficando mais próximos do normal... Considerações sobre normalização na assistência ao autismo infantil. Ideias, 6(1), 77- 98. Recuperado de https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8649399

Mannoni, M. (1999). A criança, sua "doença" e os outros (M. Seincman, trad.). São Paulo, SP: Via Lettera. (Trabalho original publicado em 1967).

Martini, A. M. R. (2019). A chegada do estrangeiro: grupo de família - construindo pontes. Vínculo, 16(1), 78-88. doi: http://dx.doi.org/10.32467/issn.1982-1492v16n1p78-88.

Martins, P. G., & Silva, M. R. (2017). O psicoterapeuta na clínica de bebês com transtornos de subjetivação. Estilos da Clínica, 22(3), 488-506. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v22i3p488-506.

Merletti, C. (2016). Clínica Psicanalítica e Instituições. Analytica, 5(9), 41-49. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/analytica/v5n9/04.pdf.

Merletti, C. (2018). Autismo em causa: historicidade diagnóstica, prática clínica e narrativas dos pais. Psicologia USP, 29(1), 146-151. doi: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v22i3p1-19.

Rocha, Z. (2007). Esperança não é esperar, é caminhar. Reflexões filosóficas sobre a esperança e suas ressonâncias na teoria e clínica psicanalíticas. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 10(2), 255-273. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142007000200255.

Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, 20(2), 1-6. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001.

Tafuri, M. I. (2003). Dos sons à palavra: explorações sobre o tratamento psicanalítico da criança autista. Brasília, DF: ABRAFIPP.

Telles, C. M. A. (2011). O(s) Obscuro(s) dizer(es) de mães sobre o autismo de seus filhos (Dissertação de Mestrado, Mestrado Multidisciplinar, Universidade Federal de São Carlos). Recuperado de https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/1094.

Telles, C. M. A. (2012). Os efeitos de (não) sentido do autismo para o sujeito ideológico. Fragmentum, 32, 27-31. Recuperado de https://periodicos.ufsm.br/fragmentum/article/viewFile/4733/2871.

Untoiglich, G. (2013). As oportunidades clínicas com crianças com sinais de autismo e seus pais. Estilos da Clínica, 18(3), 543-558. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v18i3p543-558.

Vorcaro, A. M. R. (2001). Incidência da matriz simbolizante no organismo: o advento da fala. Letras de Hoje, 36(3), 273-281. Recuperado de http://revistaseletronicas.pucrs.br/fale/ojs/index.php/fale/article/view/14576/9737.

Vorcaro, A. M. R. & Guimarães, M. R. (2014). Lacan leitor de Klein: da clínica kleiniana com Dick à teorização lacaniana. Gerais: Revista interinstitucional de Psicologia, 7(2), 208-219. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/gerais/v7n2/v7n2a09.pdf

Winnicott, D. W. (2011). Consequências da psicose parental para o desenvolvimento emocional da criança. In D. W. Winnicott, A família e o desenvolvimento individual (M. Cipolla, trad., pp.101-114). São Paulo, SP: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1959).

Downloads

Publicado

2020-08-29

Como Citar

Intervenções psicanalíticas com famílias de crianças diagnosticadas com autismo: a escuta para o estranho. (2020). Estilos Da Clinica, 25(2), 220-232. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i2p220-232