A língua de sinais na relação transferencial e sua dupla posição em relação à lalangue

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p501-517

Palavras-chave:

surdez, voz, olhar, língua de sinais

Resumo

Este trabalho se originou no atendimento psicanalítico de crianças com surdez e seus familiares. Considerou-se, na singularidade do encontro entre o analista e o sujeito, a língua de sinais como nó inquietante ao redor da qual o Real da transferência era percebido em seus efeitos e a posição ocupada pela criança no discurso materno evidenciava-se. Os efeitos da língua de sinais transitavam entre o incômodo, com tentativas de impedir sua circulação no discurso, e o apaziguamento, em momentos em que trazia sentido e fazia movimentar a cadeia de significantes. Para além da especificidade dos conteúdos analisados, pretende-se expor considerações quanto à língua materna dos sujeitos com surdez, articulando-a com conceitos referentes à dinâmica pulsional dos objetos a - voz e olhar. Tais objetos se apresentaram de modo singular e suas particularidades estiveram relacionadas à língua materna e ao modo como ela se colocou para os sujeitos quando ocorreu o diagnóstico da surdez. Para atingir os objetivos propostos, foram utilizados trechos dos casos clínicos analisados a fim de contribuir para o desenvolvimento das proposições e articulações teóricas.

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Biografia do Autor

  • Camila Campos Curcino Vieira, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Psicóloga na Prefeitura Municipal de Uberlândia. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.

  • João Luiz Leitão Paravidini, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Professor Associado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.

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Publicado

2020-12-28

Como Citar

A língua de sinais na relação transferencial e sua dupla posição em relação à lalangue. (2020). Estilos Da Clinica, 25(3), 501-517. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p501-517