Jornalismo e humanização

heranças eurocêntricas no pensar e no fazer jornalísticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2020.159921

Palavras-chave:

Jornalismo e Sociedade, Modelos Jornalísticos, Epistemologia, Humanização

Resumo

Este trabalho, de caráter ensaístico, traz à discussão a influência de heranças eurocentristas na formação do pensamento e no fazer jornalísticos. Como a imprensa trata o indígena e o negro? A partir deste questionamento, desenvolvo um debate a respeito de traços socioculturais incorporados pela população desde a colonização e, consequentemente, por profissionais do jornalismo. Ao percorrer a história da construção de uma identidade nacional, seleciono alguns fenômenos que incidem sobre o comportamento da imprensa: a dominação do índio e a escravidão africana. Por meio do diálogo com referências da antropologia, da sociologia e do jornalismo, esta reflexão me permitiu constatar uma postura que compromete os preceitos dos direitos humanos, que desumanizam o jornalismo.

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Biografia do Autor

  • Jorge Kanehide Ijuim, Universidade Federal de Santa Catarina

    Jornalista, doutor em Ciências da Comunicação/Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP, realizou estágio pós-doutoral em Jornalismo na Universidade de Coimbra. Professor aposentado/voluntário do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Publicado

2020-07-20

Como Citar

Jornalismo e humanização: heranças eurocêntricas no pensar e no fazer jornalísticos. (2020). Revista Extraprensa, 13(2), 91-108. https://doi.org/10.11606/extraprensa2020.159921