Decolonização da vivência religiosa como estratégia comunicacional

Autores

  • Denise Rodrigues Soares Universidade Federal de Goiás
  • Suzete Aparecida Gomes Silva Universidade Estadual de Goiás
  • Luciene Oliveira Dias Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2020.163231

Palavras-chave:

Comunicação, Religião, Catolicismo, Candomblé, Cultura Popular

Resumo

Na medida em que grupos populares vivenciam suas religiões, trilham caminhos que perpassam pelo controle, silenciamento e, inclusive, apagamento conduzido por instituições que construíram, ao longo da História, um espaço de poder no Ocidente e, assim, tentam reproduzir e manter uma lógica de hegemonia branca e cristã. Propomos aqui discutir vivências e religiosidades de pessoas que elaboram suas existências no interior do país e de pessoas negras que encontram na religião a possibilidade de viver seu corpo e sua ancestralidade, entendendo que tudo isso implica em repensar os próprios processos comunicacionais. As mediações tecidas no âmbito do que chamamos de cultura popular envolvem códigos muito específicos e configuram-se como verdadeiras estratégias comunicacionais. Chegamos, assim, à conclusão que perceber a comunicação como objeto vivo nos faz retomar discussões caras para a compressão do contexto social contemporâneo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Denise Rodrigues Soares, Universidade Federal de Goiás

    Mestre em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Goiás. Integrante do Pindoba – Grupo de Pesquisa em Narrativas da Diferença.

  • Suzete Aparecida Gomes Silva, Universidade Estadual de Goiás

    Mestranda em Performances Culturais pela Universidade Federal de Goiás. Especialista em História e Cultura Africana e Afro-Brasileira pela Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás. (In memorian)

  • Luciene Oliveira Dias, Universidade Federal de Goiás

    Doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília. Professora da Universidade Federal de Goiás, vinculada aos Programas de Pós-Graduação em Comunicação e de Pós-Graduação em Performances Culturais. Coordenadora do Pindoba – Grupo de Pesquisa em Narrativas da Diferença.

Referências

ABREU, Martha Campos. O império do divino: festas religiosas e cultura popular no Rio de Janeiro: 1830 – 1900. 1996. Tese (Doutorado em de História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.

ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular? São Paulo: Brasiliense, 1982.

BRASIL. [Constituição (1824)]. Constituição Política do Império do Brazil, de 25 de março de 1824. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1824. Disponível em: https://bit.ly/2yGS95Z. Acesso em: 23 maio 2020.

BRASIL. Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997. Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Brasília, DF: Presidência da República, 1997.

BRASIL. Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Brasília, DF: Presidência da República, 1989.

BRASIL. Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007. Institui o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Brasília, DF: Presidência da República, 2007.

DIAS, Luciene de Oliveira. Desatando nós e construindo laços: dialogicidade, comunicação e educação. In: VIDAL, Rose; MELO, José Marques de; MORAIS, Osvando J. (org.). Teorias da comunicação: correntes de pensamento e metodologia de ensino. São Paulo: Intercom, 2014. p. 328-350.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Tradução: Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. v. 1.

EVARISTO, Maria da Conceição. Literatura negra: uma poética da nossa afro-brasilidade. 1996. Dissertação (Mestrado em Literatura Brasileira) – Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil. Novos Estudos, São Paulo, n. 43, p. 26-44, 1995.

LIGIÉRO, Zeca. Iniciação ao candomblé. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 1996.

LIGIÉRO, Zeca. Batucar-cantar-dançar: Desenhos das performances africanas no Brasil. Aletria, Belo Horizonte, v. 21, n. 1, p. 133-146, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3gGqZNM. Acesso em: 9 jun. 2019.

LIMEIRA, Aline de Morais. Jornal O Apóstolo (1866 – 1893): ações católicas na imprensa e na educação. São Paulo: Fundação Biblioteca Nacional, 2011. Disponível em: https://bit.ly/2zEbOE0. Acesso em: 30 set. 2019.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Tradução: Ronald Polito e Sérgio Alcides. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.

NUNES, Erivaldo Sales. Contribuição para a história do candomblé congo-angola na Bahia: o terreiro de Bernardino do Bate Folha (1916 – 1946). 2017. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2017.

SANT’ANNA, Márcia. Escravidão no Brasil: os terreiros de candomblé e a resistência cultural dos povos negros. Iphan, Brasília, DF, 2003. Disponível em: https://bit.ly/3gwJELJ. Acesso em: 20 fev. 2018.

SANTOS, Babalawô Ivanir dos; NASCIMENTO, Maria das Graças O.; CAVALCANTI, Juliana B.; GINO, Mariana; ALMEIDA, Vítor. (org.) Intolerância religiosa no Brasil: relatório e balanço. Rio de Janeiro: Klíne, 2016.

SANTOS, Eufrazia Cristina M. Religião e espetáculo: análise da dimensão espetacular das festas públicas de candomblé. 2007. Tese (Doutorado em Antropologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

SANTOS, Leila Borges Dias. Ética da súplica: catolicismo em Goiás no final do século XIX. Goiânia: UCG, 2008.

SIMMEL, Georg. Sociologia: coleção grandes cientistas sociais. São Paulo: Ática, 1983.

Downloads

Publicado

2020-07-20

Como Citar

Decolonização da vivência religiosa como estratégia comunicacional. (2020). Revista Extraprensa, 13(2), 74-90. https://doi.org/10.11606/extraprensa2020.163231